O Partido dos Trabalhadores (PT) já dá como certa a convocação do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres para prestar depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 08 de janeiro, que investiga os atos ocorridos em Brasília, quando apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Palácio do Planalto.
De acordo com informações do canal “CNN Brasil”, a CPMI do 08 de janeiro está prevista para começar na quinta-feira (25). Ainda conforme o canal, a comissão deve prometer muitos embates entre governo e oposição – na semana de instalação da comissão, todavia, o clima é mais ameno.
Ainda segundo a emissora, desde que o governo passou a defender a instalação do colegiado, partidos de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mudaram o foco e passaram a defender uma apuração mais rigorosa na CPI do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Hoje, a promessa é de não empreender uma caça às bruxas, mas o PT prepara uma série de requerimentos para à Polícia Federal. Isso, fazendo pedidos de materiais obtidos nas apurações feitas pelos investigadores sobre financiamento dos atos criminosos em diversos estados.
De acordo, com a “CNN Brasil”, o PT busca ainda a colaboração do Tribunal de Contas da União (TCU) com o foco em apurar os responsáveis pelo prejuízo ao erário com a invasão às sedes dos Três Poderes. Em entrevista ao canal, o deputado Rubens Júnior (PT) relatou que a ideia é “complementar o que o Supremo Tribunal Federal e a Procuradoria-Geral da República já sabem sobre os atos antidemocráticos”. “O que aconteceu no dia 8 [de janeiro] não foi algo isolado, e sim o ápice de um plano longo de destruição e ataque à democracia”, disse o parlamentar durante a entrevista ao canal.
Denúncias por conta do 08 de janeiro
Ao todo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou 1.390 pessoas por conta dos atos antidemocráticos registrados no 08 de janeiro deste ano. Desses, 239 são do núcleo dos executores, 1.150 do núcleo dos incitadores e uma pessoa do núcleo que investiga suposta omissão de agentes públicos.
Durante a invasão, os suspeitos depredaram as sedes dos Três Poderes, em um ataque à democracia sem precedentes na história do Brasil. Na ocasião, os acusados quebraram vidraças e móveis, destruíram obras de arte, objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades e rasgaram documentos e roubaram armas. Esses atos causaram um prejuízo estimado em R$ 26,2 milhões.
Leia também: PF cumpre mandados em ação que investiga atos terroristas em Brasília