O Partido Socialismo e Liberdade, o PSOL, entrou nesta sexta-feira, dia 3 de junho, com uma representação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara pedindo pela cassação do deputado federal Arthur Lira, do PP de Alagoas. Nesse sentido, a apresentação feita pelo PSOL acusa o então deputado federal de “quebra de decoro” durante uma discussão entre Arthur Lira e o deputado do PSOL, Glauber Braga.
Além disso, na ação movida o partido afirma que o presidente da Câmara agiu na contramão das diretrizes do decoro parlamentar ao tomar a decisão de silenciar o microfone de Glauber Braga no meio de seu discurso. Além disso, Arthur Lira ameaçou de retirada do plenário o outro deputado do PSOL, Glauber Braga.
O que diz a carta enviada pelo PSOL?
“O presidente da Câmara, Arthur Lira, então, abusando de suas prerrogativas, utilizou o poder do seu cargo para cometer a arbitrariedade e ilegalidade de ameaçar acionar os seguranças, com o fito de retirar o deputado Glauber do plenário”, escreveu o PSOL no documento.
Além disso, o Partido Socialismo e Liberdade acusa Lira de demonstrar “autoritarismo e violação do decoro”, chamando suas ações de “truculentas”. O partido também relembrou o momento em que, em janeiro de 2021, o deputado interpelou a deputada Taliria Petrone (PSOL-RJ) por tentar lhe atribuir a fama de racista, após ser criticado por declarações sobre indígenas.
Na época, Arthur Lira, disse em sua fala que índios e líderes indígenas chegaram a subir no Congresso Nacional e ficaram usando “algum tipo de droga”, dançaram e fumaram.
Com isso, de acordo com todos os atos do líder da Câmara, a ação do PSOL requer que o Conselho de Ética apure “a prática de conduta atentatória contra o decoro parlamentar” de Lira, e que, caso a representação seja admitida, o presidente da Câmara perca seu mandato.
O conflito entre Arthur Lira e o deputado do PSOL
O conflito com Glauber Braga foi durante a sessão no plenário após a discussão sobre privatização da Petrobras. O bate-boca começou depois que Braga perguntou a Lira se ele “não tem vergonha” por apoiar a desestatização. Isso fez com que o seu microfone fosse cortado pelo presidente da Casa.
Durante a discussão, o chefe da Câmara, Arthur Lira, mencionou: “Deputado Glauber, olhe, eu não vou abrir o microfone. Vossa Excelência não pode fazer isso. Eu lhe peço só que o senhor se contenha. Não, não vou lhe calar. Faça suas críticas, faça seus comentários, mas não venha com palavras de baixo calão, que só falta o senhor chamar qualquer deputado para briga nesse plenário”.
Por fim, Arthur Lira decidiu chamar os seguranças a fim de remover o deputado do PSOL do plenário, momento em que vários parlamentares aplaudiram tal ato, porém, o mesmo foi convencido a não dar sequência e logo não expulsou Glauber Braga da sessão.