A bancada do Psol na Câmara dos Deputados apresentou hoje (7), um projeto de lei que visa vetar a seleção de profissionais que atuaram no mercado financeiro nos últimos quatro anos, para mandatos do presidente e seus diretores do Banco Central.
Além disso, o projeto de lei do partido de extrema-esquerda visa retirar a autonomia do Banco Central
Sobre o projeto de lei
O projeto, assinado por 12 deputados federais do Psol, justifica a retirada da autonomia do BC e afirma que a implementação da política econômica deve ser um instrumento central do governo eleito. Além disso, segundo a proposta, o governo federal deve intervir na coordenação dos instrumentos disponíveis para implementar a política monetária, melhorar sua efetividade e responsabilizar-se por seus resultados.
“O Brasil quer uma nova política econômica e monetária! Esse foi o recado das urnas: é possível uma economia a serviço do povo. Crescimento econômico e responsabilidade social devem andar lado a lado: mas para isso, o BC não pode ser ‘autônomo’ dos interesses populares”, escreveu o perfil do Psol no Twitter.
Vale destacar que a proposta precisa ser debatida e votada pelo Congresso antes de impactar as autoridades monetárias, mas ocorre no momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ataca a política de juros do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Campos Neto: Bolsonarista infiltrado?
De acordo com o líder do Psol na Câmara dos Deputados, Campos Neto é um infiltrado no governo Lula, sob o comando do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo Boulos, a culpa por manter o patamar de juros altos é de Campos Neto, que, na sua opinião, possui o interesse de realizar um boicote à economia, à geração de empregos e à retomada do crescimento econômico.
“Não dá para você ter o povo escolhendo na urna um caminho e a política monetária ouvindo o mercado, não refletindo esse mesmo caminho. Isso é uma contradição e um problema desse modelo de autonomia do Banco Central”, afirmou o deputado.
Autonomia do BC
Apesar das críticas e movimentos políticos do partido de extrema-esquerda, a autonomia do Banco Central é vista como um sinal positivo para os mercados financeiros, especialmente para os investidores internacionais. Em tese, com mandatos fixos, os dirigentes do BC teriam mais condições de manter a continuidade da política monetária, independentemente das motivações dos presidentes da República eleitos.
Em suma, a autonomia evita pressões para aumentar a taxa básica de juros (o que tornaria os empréstimos mais caros), por exemplo, em momentos de alta inflação em uma economia incerta.