Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB, convocou uma reunião para a próxima terça-feira (17) com o intuito de discutir as reclamações feitas pelo ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), que tem acusado a legenda de “golpe”. O ex-gestor paulista também tem dito que a sigla vem criando “insegurança jurídica” e optando por decidir os temas no “tapetão”.
Doria, que foi o vencedor das prévias do PSDB, e por isso conquistou a chance de ser o pré-candidato da legenda à Presidência pelo partido, queixou-se no sábado (14) do fato de que o PSDB e o MDB terem contratado pesquisas para definir uma candidatura em consenso entre as duas siglas.
Segundo a cúpula responsável pela candidatura de Doria, o ex-governador tem a legitimidade por ter vencido o processo interno e o estatuto do PSDB garante a ele a prerrogativa de decidir ou não desistir da candidatura.
Conforme informações do portal “UOL”, existe até mesmo ameaças de judicializar o assunto para evitar a retirada da pré-candidatura dele. Uma outra queixa da cúpula de Doria é que o comando de seu partido aceitou critérios que beneficiariam a pré-candidata à presidência pelo MDB, a senadora Simone Tebet.
Ainda de acordo com Doria, as “movimentações do presidente do partido criam insegurança jurídica”, sendo que a “decisão da cúpula formada por 34 pessoas não pode se sobrepor à decisão democraticamente tomada” nas prévias do partido.
Dessa forma, afirmou o ex-governador, qualquer outro resultado diferente do apurado nas prévias tucanas será considerado um “tapetão”. Apesar das falas, será a reunião da próxima terça-feira a fundamental para a confirmação ou não da continuação de Doria nas eleições deste ano.
Do lado de Doria
Neste domingo, o deputado e ex-presidente do PSDB Aécio Neves afirmou que vê como um erro essa pressão em torno de Doria, pois foi o próprio partido que o estimulou a deixar o governo de São Paulo e ser pré-candidato à presidência.
Para o deputado, que é rival político de Doria, a cúpula do PSDB quer acabar com a pretensão presidencial de Doria para tentar evitar que Rodrigo Garcia, candidato ao governo paulista, se contamine com a rejeição do ex-gestor.
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