O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (21) que realizará a indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) separadamente e que não possui “compromisso oficial com ninguém”. Apesar disso, Cristiano Zanin, o advogado que defendeu o petista na Operação Lava-Jato, tem seu nome cogitado para a vaga no STF.
Vale destacar que a cadeira do STF ficará vaga em maio, com a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski, ao completar 75 anos. Contudo, o magistrado considera se aposentar na última semana de abril.
Falas de Lula
O presidente classificou o lobby de aliados, ou seja, a criação de influenciar em espaços decisórios do poder público, como “discussão sem sentido”. “Essa discussão não tem sentido. É uma coisa sem lógica. É da responsabilidade do presidente da República indicar o ministro da Suprema Corte para que o Senado possa validar ou não.”, afirmou Lula.
“Não sei quem eu vou indicar. Eu não tenho compromisso oficial com ninguém. É um problema meu. No dia que eu tiver que escolher, eu vou sentar sozinho e tomar a minha decisão e vou mandar o nome ao Senado”, complementou. “Não tenho compromisso com amigo meu, com gente do meu partido, com advogado. Vou indicar uma pessoa que pode ser útil para o Brasil”, finalizou.
Cristiano Zanin
Lula mencionou em seu discurso que não mandará ninguém fazer nada por ele só porque é seu amigo. Com base na situação atual, ele procura alguém que seja competente do ponto de vista jurídico e irá escolher essa pessoa para respeitar a Constituição. No entanto, Lula mencionou o nome de seu advogado, Cristiano Zanin, que o defendia no processo da operação Lava Jato. O presidente disse que Zanin foi uma grande revelação jurídica nos últimos anos, uma “revelação extraordinária”, fazendo coisas que nenhum outro advogado faria.
Formado pela PUC-SP, Cristiano Zanin é criminalista e atuante no direito econômico, empresarial e societário, Zanin ficou conhecido por seu trabalho na defesa de Lula na Lava-Jato.
Operação Lava Jato
Vale ressaltar que, em 2021, Zanin entrou com um pedido de habeas corpus no STF, que levou à retirada das acusações contra Lula. Isso lhe permitiu concorrer às eleições de 2022 e ser eleito para seu terceiro mandato presidencial. Zanin também foi responsável pela coordenação política da campanha.
Denúncia contra Zanin
Em setembro de 2020, durante a Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, o juiz Marcelo Bretas ordenou a busca e apreensão na casa de Zanin por supostamente liderar um esquema fraudulento do sistema S e na Fecomércio RJ. Zanin disse que o juiz tinha ligações com o ex-presidente Jair Bolsonaro e que a operação visava intimidá-lo. Em nota emitida na época, ele também disse que era um abuso de autoridade autorizar a “invasão” do escritório e da residência de um advogado com mais de 20 anos de carreira. Como resultado, a denúncia foi arquivada.