Os protestos realizados por servidores da Receita Federal vêm afetando a liberação de diversos produtos na alfândega brasileira. De acordo com o Instituto Brasileiro de Comércio Internacional e Investimentos (IBCI), as exportações do país estão levando “quatro vezes o tempo normal” para serem liberadas.
A saber, os servidores da Receita protestam contra os cortes no orçamento e o não cumprimento de um acordo salarial. Nesse caso, o acordo, feito há cinco anos, prevê o pagamento de um bônus por produtividade.
Em resumo, os servidores reivindicam a falta de regulamentação do bônus de eficiência no valor de R$ 3 mil. Aliás, mais de 600 auditores entregaram seus cargos de chefia após o corte orçamentário.
Nos últimos meses, diversas entidades enviaram cartas ao Ministério da Economia, pedindo uma solução para a situação. Por exemplo, a Associação Brasileira dos Importadores De Combustíveis (Abicom) mandou um documento ainda no início de janeiro para o ministério, criticando a demora na liberação de combustíveis na alfândega.
Embora tenha alertado para o risco de desabastecimento de combustíveis no país, as preocupações não se concretizaram. Contudo, as dificuldades enfrentadas não só por este segmento, mas por diversos outros envolvidos com exportação e importação, continuam no país.
Protestos afetam empresas e população do país
Da mesma forma que a Abicom encaminhou uma carta, o IBCI também o fez nesta semana. De acordo com a entidade, os prejuízos à economia podem ficar cada vez maiores. Em suma, os prazos que costumavam demorar cinco dias estão levando semanas, e isso afeta diretamente a retomada econômica do país, segundo o IBCI.
Entre outras coisas, o instituto citou o anúncio feito pelo ministério sobre a “redução do tempo de desembaraço para exportações de 13 para 5 dias”. No entanto, a situação atual da alfândega brasileira coloca “em xeque” o esforço promovido pelo governo. Aliás, “os prazos para exportação operando em níveis superiores ao que era visto anteriormente”, reclamou o IBCI.
Nesta carta encaminhada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, o instituto pede que o tema “seja tratado com a devida seriedade“. Assim, evitará um “efeito dominó dentro da economia nacional”, disse a entidade.
Vale destacar que a situação afeta diretamente as empresas e a população do país. Segundo a Abicom, há uma cobrança adicional quando o navio passa mais tempo que o permitido para realizar descarga ou embarque de mercadorias. Esse encarecimento acaba repassado para o consumidor final, que já vem sofrendo com a disparada da inflação e dos juros no país.
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