O Brasil presenciou nesse sábado (03) a terceira leva de protestos contra Bolsonaro e seu governo, e os atos encheram ruas em quase todos os Estados. As manifestações estavam previstas para o dia 23 de julho, mas foram antecipadas após denúncias de corrupção e propina na compra de vacinas durante a gestão federal. Os outros dois atos aconteceram em 29 de maio e 19 de junho.
O maior movimento, com milhares de pessoas, ocorreu na Avenida Paulista, em São Paulo, que ficou interditada dos dois lados. A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) colocou mais 600 policiais no patrulhamento já presente na região para garantir a segurança durante o ato. Além disso, a SPTrans informou que 20 linhas tiveram seus itinerários alterados por conta de manifestação.
Embora alguns pontos de aglomeração tenham se formado durante os protestos contra Bolsonaro, a maioria dos manifestantes usavam máscara de proteção e tentaram garantir o distanciamento social.
Os protestos traziam reivindicações bem claras: mais vacinas, volta do auxílio emergencial de R$600 e o impeachment do presidente Bolsonaro. Os protestos foram guiados por cartazes com dizeres como “Não era negacionismo, era corrupção #ForaBolsonaro”, “500 mil mortos, sem vacinas, corrupção, fome, desemprego” e “Amazônia em pé, abaixo Bolsonaro”.
Mais de 90 cidades se revoltaram contra a situação do país, todas levantando as mesmas bandeiras. Confira:
Protestos contra Bolsonaro no Brasil
Quase todas as capitais organizaram atos neste sábado. Em Goiás, os organizadores da manifestação instruíram os participantes a usar álcool em gel durante todo percurso e fizeram o possível para garantir o devido distanciamento social. Já no Maranhão, o Centro Histórico de São Luís foi tomado pelos manifestantes, que também pediram a derrubada do vice-presidente Hamilton Mourão. O protesto contou, ainda, com a apresentação cultural do Boi União da Baixada, tradicional no São João do Maranhão.
Na capital de Minas Gerais, a Polícia Militar precisou intervir quando os manifestantes colocaram fogo em pneus, interditando o elevado Dona Helena Greco, na Região Central da cidade; entretanto, não houve registro de violência e o grupo se dispersou rapidamente. O Corpo de Bombeiros compareceu para conter as chamas e fazer a retirada dos pneus. Além disso, o ato teve várias faixas antifascistas e relembrou a morte da vereadora Marielle Franco.
Movimentos sociais, partidos políticos e sindicatos convocaram os protestos no Rio de Janeiro, onde os manifestantes também pediram o fim das privatizações e mais respeito à comunidade LGBTQIA+.
Os atos ocorreram até nos Estados onde o apoio do governo parece predominante, como Santa Catarina. Em Florianópolis e outras cidades, os manifestantes utilizavam máscaras de proteção e ergueram faixas com as escritas “Vacina no braço, já”, “Fora Bolsonaro” e “Abaixo Bolsonaro, agora”.
Sergipe, Rio Grande do Norte, Rondônia, Paraná e outras Unidades Federativas também registraram protestos.
Protestos contra Bolsonaro no Exterior
Os atos contra o governo viraram notícia fora do país, ganhando espaço em grande jornais como o The New York Times, que escreveu: “os brasileiros ficaram irritados com a lentidão com que seu governo se moveu para adquirir vacinas contra o coronavírus. Agora eles estão indignados com um escândalo de corrupção envolvendo acordos de vacinas”. O The Guardian também noticiou os atos, informando que “manifestantes agitaram a bandeira amarela e verde do Brasil – um símbolo usado pelo movimento de extrema direita de Jair Bolsonaro – em um esforço para reivindicar a bandeira de seus seguidores”.
Além de noticiado, os atos daqui também geraram movimentação fora do país; por exemplo, manifestantes no Reino Unido se reuniram na Praça do Parlamento para pedir o impeachment de Bolsonaro, trazendo faixas chamando o presidente de “corrupto” e “genocida”.