Nesta quarta-feira (10) foi divulgado, pela Frente Parlamentar Mista de Renda Básica, um manifesto pela prorrogação do auxílio emergencial e ampliação do Bolsa Família. Realizado no Salão Verde da Câmara dos Deputados, o evento foi uma reafirmação de senadores e deputados em favor da manutenção dos programas que atendem às necessidades básicas dos mais pobres.
O senador Alessandro Vieira, vice-presidente da Frente Parlamentar, apresentou o documento que destaca que, passado quase um ano do primeiro caso da doença, o Brasil voltou a registrar quase mil óbitos e 50 mil pessoas infectadas em 24 horas. Os impactos da segunda onda de contágio indicam que o Congresso deve atuar para garantir o mínimo aos mais necessitados.
“Sem auxílio emergencial e diante do aumento do desemprego, a população brasileira está sofrendo com a penúria da fome e com medo de uma doença invisível que já causou tantas mortes. Por isso, mais uma vez, é hora de nos unirmos e termos coragem para dar um passo adiante na construção de um caminho sólido que garanta dignidade ao nosso povo”, afirma os parlamentares.
Problema grave com o fim do Auxílio Emergencial
Os deputados e senados argumentam que, com o fim do benefício, em dezembro de 2020, quase 13% dos brasileiros voltaram a viver com menos de R$ 246 por mês.
“São quase 27 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza. Estamos cientes de que será um grande desafio e de que precisamos enfrentá-lo com responsabilidade social e fiscal, para garantir sua sustentabilidade ao longo das gerações. Mas também estamos cientes de que não será possível construir um país desenvolvido deixando uma geração inteira para trás. Nenhum cidadão pode ficar desassistido no meio de uma crise sanitária, econômica e social como essa”, destaca o documento.
Centrão pressiona Bolsonaro por Auxílio Emergencial, diz colunista
O Governo Bolsonaro vem ventilando nos últimos dias a possibilidade de prorrogação do Auxílio Emergencial. É portanto uma mudança grande de postura em relação ao que vimos no início do ano. A mudança veio logo depois das eleições para as presidências da Câmara e do Senado.
De acordo com uma coluna do jornalista Vinícius Torres Freire, da Folha de São Paulo, isso não é uma coincidência. De acordo com ele, grandes parlamentares do grupo político conhecido como Centrão querem a prorrogação do benefício.
E eles estariam querendo fazer isso sem nenhum tipo de contrapartida. Dessa forma, ao menos neste primeiro momento, eles estão cobrando a manutenção do auxílio sem nenhum corte em nenhuma outra área.
Interlocutores do Palácio do Planalto afirmam que isso era tudo o que Bolsonaro queria fazer desde o começo. Mas o Ministro da Economia, Paulo Guedes, vê isso de forma completamente diferente. O Ministro diz que um gasto desse tamanho iria impactar as gerações futuras.
Seja como for, os parlamentares do Centrão já deram o ultimato. Em troca, eles prometeram ajudar a aprovar reformas como a da autonomia do Banco Central e Administrativa sem maiores problemas. O Palácio do Planalto não comentou o conteúdo da coluna.