Um projeto de Lei sancionado em São Paulo recentemente vem gerando muita satisfação entre o público feminino e movimentos que lutam contra a “pobreza menstrual”.
O projeto de número 388 de 2021 garante que seja realizada a distribuição de absorventes descartáveis às estudantes da rede municipal de ensino de São Paulo.
A lei foi baseada em uma pesquisa feita pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que indica a abstenção às aulas de meninas durante o período menstrual por falta de recursos para o devido cuidado pessoal.
Além de absorventes, o projeto também visa à distribuição de cestas de higiene com lenço umedecido, desodorante sem perfume, sabonete, escova de dente, creme dental e fio dental para meninas em situação mais vulnerável.
Sobre a pobreza menstrual
O termo pobreza menstrual está associado à falta de acesso a absorventes e outros itens de higiene.
Recentemente foi publicado um relatório do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) que alerta quanto à necessidade de políticas públicas de saúde para zelar pela dignidade humana de meninas e mulheres que sofrem cotidianamente com a escassez de condições para o cuidado pessoal durante período menstrual.
Além deste relatório, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que mais de 4 milhões de meninas não possuem à sua disposição algum requisito mínimo de higiene, seja o absorvente como também, papel, água ou sabão.
Riscos da pobreza menstrual
Além da evasão escolar, a falta de recursos de higiene durante o período menstrual pode acarretar em grave danos à saúde da mulher, como por exemplo, as alergias, candidíase até a síndrome do choque tóxico.
Isso ocorre porque muitas meninas acabam utilizando materiais impróprios para conter o sangue da menstruação. Esses materiais, além de inadequados à saúde genital podem vazar colocando muitas meninas em situações constrangedoras, que podem levar a vários distúrbios emocionais.
Diante da iniciativa da Prefeitura de São Paulo, a sociedade e demais órgãos de saúde esperam que o exemplo seja seguido em esfera nacional, a fim de que toda brasileira tenha acesso aos recursos de cuidado com a higiene durante o período menstrual.
Assim como os preservativos e anticoncepcionais são entregues gratuitamente nos posto de Saúde pelo Brasil, os absorventes deveriam seguir o mesmo caminho, já que faz parte do ciclo reprodutivo e pode prevenir inúmeras infecções da saúde da mulher.
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