O Banco Central (BC) atualizou nesta segunda-feira (14) o seu relatório Focus. A publicação semanal traz projeções de mais de cem instituições do mercado financeiro sobre indicadores econômicos do Brasil. E os reajustes promovidos pela Petrobras na semana passada afetaram diretamente as novas estimativas dos analistas.
A saber, a estatal elevou em 24,9% o preço do litro do diesel, enquanto a gasolina ficou 18,8% mais cara nas distribuidoras do país. Com isso, o mercado passou a estimar uma inflação bem mais expressiva em 2022. Aliás, no ano passado, os combustíveis foram os “vilões da inflação”, acumulando alta de 49,02%, enquanto a taxa inflacionária do país subiu bem menos (10,06%).
Seja como for, os analistas elevaram pela nona semana consecutiva as estimativas para a inflação do país em 2022. Nesta atualização, a projeção do mercado financeiro saltou 0,80 ponto percentual (p.p). Assim, a estimativa dos analistas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,65% para 6,45%.
Para os dois anos seguintes, o mercado financeiro também elevou suas projeções. Para 2023, a taxa subiu de 3,51% para 3,70%, enquanto passou de 3,10% para 3,15% para 2024. Já para 2025, a taxa ficou estável em 3,00%.
Analistas também elevam projeções para o PIB do país
A publicação também trouxe as novas projeções dos analistas sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Em suma, o mercado financeiro elevou pela segunda semana consecutiva as projeções para o PIB neste ano, de 0,42% para 0,49%. Por outro lado, a estimativa para 2023 caiu de 1,50% para 1,43%, enquanto se manteve estável para 2024 (2,00%) e 2025 (2,00%).
O mercado financeiro reduziu as suas projeções para o dólar pela segunda semana seguida, de R$ 5,40 para R$ 5,30. Da mesma forma, as estimativas para 2023 também caíram, de R$ 5,30 para R$ 5,21, assim como para 2024 (R$ 5,30 para R$ 5,20) e 2025 (R$ 5,29 para R$ 5,20).
Por fim, os analistas voltaram a elevar suas projeções para a taxa básica de juros do país, a Selic. Em 2022, as estimativas subiram de 12,25% ao ano para 12,75% ao ano, após três semanas de estabilidade. Em síntese, o BC se reuniu no início de fevereiro para definir os juros do Brasil e decidiu elevar a Selic para 10,75%, maior patamar em quase cinco anos.
Com o reajuste dos combustíveis e a expectativa de uma inflação ainda maior neste ano, os analistas acreditam que o BC precisará elevar os juros mais do que o esperado.
Para 2023, as estimativas para a taxa de juros subiram de 8,25% ao ano para 8,75% ao ano. Da mesma forma, a taxa também subiu para 2024, de 7,25% ao ano para 7,38% ao ano. Contudo, não houve alteração para 2025, com a taxa se mantendo estável em 7,00% ao ano.
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