Após algum tempo sem notícias, o ministro de Portos e Aeroportos voltou a comentar sobre o Voa Brasil, programa do governo federal que promete passagens aéreas ao preço de R$200. Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o ministro disse que o projeto irá entrar em vigor a partir de agosto deste ano. Inicialmente, o programa terá como foco atender aposentados que recebem até dois salários mínimos e que não tenham voado nos últimos doze meses.
De acordo com o ministro, as passagens serão oferecidas por valores promocionais em horários e datas definidos pelas companhias aéreas, diminuindo, assim, assentos ociosos nas aeronaves. Em tese, as demais passagens também seriam barateadas como consequência. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), os voos brasileiros possuem uma ociosidade de 20%.
O programa Voa Brasil também atenderá estudantes e servidores públicos logo em sequência e, de acordo com o ministro, o governo irá disponibilizar um aplicativo em que o interessado na passagem de baixo custo cadastre seu CPF. Ao todo, cada pessoa terá direito a quatro passagens por ano no valor divulgado pelo governo. “Nós voamos um terço do que os colombianos e chilenos voam, precisamos alcançá-los. Para isso, o voo a R$200 vai proporcionar a você e sua família a se programar para viajar uma vez por ano”, disse Márcio França.
Governo federal busca outras medidas para baratear passagens
O programa Voa Brasil tem como objetivo democratizar a utilização do modal aéreo no Brasil. No entanto, o governo federal também vem buscando outras formas para tornar as passagens aéreas mais acessíveis para a população brasileira. Por exemplo, o governo vem negociando com a Petrobras algumas soluções que visam diminuir o preço do Querosene da Aviação (QAV), combustível utilizado pelas aeronaves.
Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, a pasta vem mantendo contato permanente com “órgãos competentes” buscando encontrar soluções para reduzir os preços do combustível. Contudo, a pasta afirma que a política para os combustíveis cabe a própria Petrobras. Ao todo, neste ano, o preço do QAV já acumula queda de 35%.
Uma outra alternativa que o governo vem buscando é a vinda de empresas chamadas de “low cost”. Estas empresas deverão oferecer passagens mais baratas para o público brasileiro, independente do programa Voa Brasil. Outros países já adotam este modelo de viagem, o que tornou as passagens baratas suas populações.
“O presidente Lula me pediu para trazer para o Brasil o que a gente chama de low cost. São empresas que voam mais barato. E nós estamos trazendo. Elas vão chegar ainda esse ano aqui no Brasil. Mas eu achei justo avisar às três empresas que fazem (atuam) no Brasil – que têm 10, 15 mil funcionários – ‘olha, nós vamos trazer low cost. Vocês não querem aproveitar e fazer um preço mais barato antes que elas cheguem? Porque quando elas chegarem, elas vão chegar arrasando, elas fazem um preço muito mais barato’, e eles toparam”, disse o Ministro.