Arthur Lira (PP) se acostumou com a força que tinha durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e agora quer ter esse mesmo poder na gestão do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Isso quem afirma é o professor e cientista político Rodrigo Prando, que falou neste sábado (10), em entrevista ao “UOL News”, sobre as negociações entre o parlamentar, que é o presidente da Câmara dos Deputados, e o governo federal.
Lula coleciona pedidos de impeachment com assinatura de aliados
Hoje, aliados de Arthur Lira avaliam propor que o PP possa apadrinhar um ministro da Saúde que seja do setor, em vez de indicar um parlamentar para o comando da pasta – atualmente, a pasta é comandada por Nísia Trindade. De acordo com o professor, Arthur Lira se acostumou a ter uma força extraordinária dentro do governo Bolsonaro e quer refletir isso na gestão atual do Executivo.
“Ele tinha praticamente o orçamento secreto em suas mãos, e a gente sabe bem o que aconteceu naquele momento em que ele blindou o ex-presidente Jair Bolsonaro”, disse Rodrigo Prando, completando que o presidente da Câmara não quer recuar e que agora tenta ampliar seu poder.
“O presidente Lula necessita de uma base de apoio politico, e para isso precisa tentar trazer votos de parlamentares do chamado centrão, que muitas vezes se tornou um elemento fisiológico na política brasileira do toma lá da cá”, relatou o professor
Segundo o colunista do “UOL” Leonardo Sakamoto, houve negociações pelo comando do Ministério da Saúde antes mesmo de Lula assumir o governo. Conforme ele, o centrão já tinha pedido para Lula a pasta em questão. “Arthur Lira queria o ministério da Saúde, o PP queria o ministério da Saúde, o centrão queria para governar. Tem dois ministérios que são gigantes em termos de orçamento e emendas parlamentares: o da Saúde e o da Educação. Eles influenciam na política de todos os municípios”, explicou o colunista.
Durante a campanha, Lula disse que o Ministério da Saúde seria dirigido por pessoas técnicas. No entanto, o centrão jamais chegou a desistir da pasta. “Agora, Arthur Lira empareda Lula”, diz o colunista do “UOL”. “Emparedou na época da MP da reestruturação dos ministérios para ver se consegue determinados nacos saboroso do governo e agora voltou a botar o Ministério da Saúde na mesa”, disse Leonardo Sakamoto.
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