O estado agrícola de Goiás lançou um projeto piloto para aumentar a produtividade e tomar medidas rápidas contra doenças usando tecnologia de quinta geração e equipamentos fornecidos pela empresa chinesa Huawei Technologies Co.
Leilão 5G
O lançamento do pedido de apoio agrícola para os agricultores de soja vem em um momento em que o governo brasileiro está considerando se deve proibir o uso de equipamentos Huawei no leilão do próximo ano do espectro de frequências de 5G para empresas de telecomunicações.
As comunicações 5G permitirão aos produtores melhorar as colheitas através da coleta de informações por sensores colocados nos campos, em colheitadeiras e zangões, para que possam ser facilmente cruzadas com dados meteorológicos e de umidade, disse Tiago Fontes, diretor de marketing da Huawei Brasil.
A combinação de comunicações rápidas de banda larga com o processamento de dados em tempo real em nuvem dará aos agricultores, em uma hora, informações que costumavam demorar três dias para que eles possam tomar rapidamente medidas contra doenças e outras ameaças às suas culturas, disse ele.
“Lançamos este aplicativo para soja para mostrar como 5G usado com zangões pode aumentar a produtividade e reduzir os custos dos herbicidas”, disse Fontes por telefone.
Proibido proibir
O piloto foi lançado na cidade agrícola de soja de Rio Verde, e utiliza uma rede 5G construída pela empresa de telecomunicações Claro, uma unidade da América Móvil do México.
Os representantes da Huawei se recusaram a comentar um relatório na quinta-feira que as regras elaboradas para o leilão de frequências do espectro no primeiro semestre de 2021 não excluem a Huawei.
O jornal Folha de S.Paulo noticiou na quinta-feira, citando fontes do governo, que a Anatel, reguladora de telecomunicações, propôs regras que não excluem a empresa chinesa.
O presidente da extrema-direita brasileira Jair Bolsonaro teria que tomar qualquer decisão sobre uma proibição da Huawei. Seu governo tem estado sob pressão da administração Trump para excluir a Huawei devido a preocupações com a segurança.
Empresas de telecomunicações no Brasil, como a Claro, se opõem a uma proibição porque já utilizam equipamentos Huawei.