A produtividade do trabalho na indústria de transformação caiu 1,3% no terceiro trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores. Já na comparação com o mesmo período de 2020, a queda foi bem mais expressiva, de 7,6%. E nos últimos quatro trimestres, o indicador acumula retração de 2,4%.
Em resumo, o resultado reflete o momento em que o Brasil está passando. Se, no ano passado, a pandemia da Covid-19 afundou a produtividade do trabalho na indústria, neste ano, as condições macroeconômicas que estão fazendo isso.
A saber, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou os dados do seu levantamento “Produtividade na Indústria” na última sexta-feira (3). Em suma, a produtividade é o resultado da divisão do volume produzido pela indústria com a quantidade de horas trabalhadas.
No terceiro trimestre, as horas trabalhadas recuaram 0,6% na comparação com o segundo trimestre. Já o volume produzido pelo setor recuou 1,9%. Assim, a pesquisa indica que a diferença entre o volume produzido e as horas trabalhadas na produção no trimestre ficou em 1,3%, taxa de queda da produtividade do trabalho na indústria.
Com o acréscimo desse resultado, o indicador caiu para o patamar observado no segundo trimestre de 2020. Na verdade, a produtividade do trabalho no setor vem registrando quedas desde o último trimestre do ano passado. Dessa forma, o indicador voltou ao menor nível desde o início da pandemia.
Variações registradas pela produtividade são transitórias
De acordo com a gerente de política industrial da CNI, Samantha Cunha, a situação atual do país explica as recentes quedas. Em outras palavras, ela afirmou que o ambiente doméstico segue com muitas incertezas. Isso prejudica os investimentos no setor e, consequentemente, a recuperação da produtividade do trabalho.
Aliás, o indicador deve fechar o ano em queda de mais de 2%. Caso isso se confirme, será o segundo ano consecutivo de resultados negativos, visto que a produtividade do trabalho na indústria caiu 0,5% em 2020. Inclusive, a maior queda já registrada foi em 2008, quando o indicador recuou 2,2% com a crise financeira global.
No entanto, Samantha Cunha afirmou que a expectativa para o futuro é de melhora a longo prazo. Em síntese, o cenário continuará desafiador, mas surgirão oportunidades relacionadas à digitalização, o que permitirá a transição para uma economia mais sustentável.
“A expectativa é de retomada do crescimento da produtividade, puxada por oportunidades de investimentos nas novas tecnologias digitais, na implementação das redes 5G, considerada base para a digitalização, e em tecnologias verdes, que ganham importância diante da crise climática
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