A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou nesta quarta-feira (4) que a produtividade da indústria brasileira caiu 4,6% em 2021. A saber, o recuo se refere ao ano anterior e é o segundo consecutivo. Aliás, a queda fez o indicador atingir o menor nível da série histórica, que teve início em 2000.
Em outras palavras, a produtividade da indústria do país no ano passado foi a mais fraca em 21 anos. Em resumo, o volume produzido teve alta de 4,3% em 2021, mas as horas trabalhadas na produção cresceram ainda mais no ano (9,3%). Isso quer dizer que o trabalho não produziu tanto quanto antes.
De acordo com a CNI, a segunda onda da Covid-19 foi a principal razão da forte queda da produtividade da indústria no ano passado. Em suma, o país sofreu nos primeiros meses de 2021 com o aumento significativo de casos e mortes provocados pelo novo coronavírus. Isso afetou fortemente a indústria brasileira, que reduziu seu ritmo de maneira expressiva.
Maior queda da produtividade da indústria havia ocorrido em 2008
Vale destacar que a maior queda registrada pelo indicador havia sido em 2008, de 2,2%. À época, o planeta sofria uma crise financeira. Contudo, o tombo do ano passado foi mais que o dobro do antigo recorde.
“A desaceleração em 2021 reflete os efeitos da segunda onda de Covid-19 e as dificuldades enfrentadas para a retomada dos investimentos e da produção. Há gargalos antigos e problemas com a falta e o alto custo de insumos e de matérias-primas“, disse a gerente de política industrial da CNI, Samantha Cunha.
Além disso, a mudança observada na composição do mercado de trabalho do país contribui para a queda da produtividade industrial. “Houve maior crescimento do setor informal frente ao setor formal, o que indica o avanço de ocupações de baixa escolaridade e menor produtividade”, acrescentou a gerente da CNI.
Por fim, a expectativa é que o crescimento da indústria brasileira continue fraco no curto prazo. A saber, a taxa deverá avançar em nível semelhante ao de 2018 e 2019, abaixo de 1%.
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