A produção industrial do país encolheu 0,6% em agosto, puxada para baixo devido à queda em 7 dos 15 locais pesquisados. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou os dados nesta terça-feira (11).
Em resumo, os recuos mais expressivos vieram do Pará (-6,2%), de Santa Catarina (-4,8%) e do Espírito Santo (-3,9%).
“O estado do Pará foi a principal influência negativa no mês de agosto, com o setor extrativo (minério de ferro) sendo o principal responsável pelo resultado”, explicou Bernardo Almeida, analista da pesquisa.
“Por ser mais concentrada nesse setor, uma pequena variação pode ter um impacto maior na indústria paraense, que teve o setor de alimentos em segundo lugar entre as influências negativas no estado. Vale lembrar que o Pará vem de dois meses com resultados positivos, com ganho acumulado de 15,2%”, ponderou.
Também fecharam o mês em queda: Bahia (-2,8%), Minas Gerais (-1,9%), Paraná (-1,5%) e Ceará (-0,8%). Já Pernambuco teve uma variação nula em agosto (0,0%).
“Alguns fatores econômicos que explicam essa queda são, do lado da oferta, o encarecimento das matérias primas e desabastecimento de insumos em alguns setores, que influenciam diretamente a cadeia produtiva”, disse Bernardo Almeida.
“Já do lado da demanda, temos o aumento dos juros, encarecendo o crédito e diminuindo os investimentos na indústria nacional, a inflação elevada, que por mais que tenha desacelerado, ainda está em um patamar alto, o que reduz o poder de compra das famílias”, acrescentou.
Veja abaixo os locais que registraram crescimento da produção industrial em agosto:
- Amazonas (7,0%);
- Rio de Janeiro (3,3%);
- São Paulo (2,6%);
- Mato Grosso (2,1%);
- Goiás (1,8%);
- Região Nordeste (1,1%);
- Rio Grande do Sul (0,1%).
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Indústria nacional acumula queda no ano
Com o acréscimo do recuo mensal, a produção industrial continuou acumulando uma queda em 2022, agora de 1,3%. Nesse caso, oito dos 15 locais apresentaram taxas negativas, com destaque para Pará (-8,1%), Ceará (-4,6%), Espírito Santo (-3,7%), Pernambuco (-3,6%) e Santa Catarina (-3,6%).
Em contrapartida, os avanços mais expressivos vieram de Mato Grosso (24,2%) e Bahia (6,8%). Os outros avanços variaram entre 0,6%, na Região Nordeste, e 3,8%, no Rio de Janeiro.
Por fim, no acumulado dos últimos 12 meses, a produção industrial brasileira caiu 2,7%. A saber, 12 dos 15 locais pesquisados também tiveram queda no período, destacando-se Ceará (-8,0%), Pará (-7,9%), Pernambuco (-4,6%), Santa Catarina (-4,5%), Região Nordeste (-4,2%) e São Paulo (-4,0%).
Os únicos avanços vieram de Mato Grosso (18,9%), Rio de Janeiro (4,4%) e Rio Grande do Sul (0,2%).
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