A produção industrial do Brasil caiu 1,3% em julho deste ano na comparação com o mês anterior. Esse é o segundo resultado negativo e sucede o leve recuo de 0,2% registrado em junho. Com isso, o nível da indústria se mantém 2,3% abaixo do nível de fevereiro de 2020, último mês antes da pandemia da Covid-19.
Embora o resultado tenha caído na comparação trimestral, a produção industrial cresceu 1,2% em relação a julho de 2020. Aliás, esta é a décima primeira taxa positiva consecutiva no comparativo anual. Contudo, evidencia a perda de fôlego de recuperação após as disparadas dos últimos meses, todos com avanços superiores a 10%.
A propósito, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou os dados nesta quinta-feira (2). A série histórica teve início em janeiro de 2002 e, de lá pra cá, informa o desempenho da indústria brasileira mensalmente.
De acordo com o IBGE, a produção industrial do país emendou nove meses de crescimento, entre maio de 2020 e janeiro de 2021, período em que disparou 42,3% e eliminou as perdas de 27,1% observadas entre março e abril de 2020, início da pandemia. Contudo, o nível voltou a ficar abaixo do nível de fevereiro de 2020.
Vale ressaltar que, mesmo com diversos meses de avanço, a indústria encerrou 2020 recuando 4,5%. Já em 2021, apesar das recentes quedas, o acumulado no ano está positivo em 11,0%. Além disso, a produção industrial avançou 7,0% nos últimos 12 meses na comparação com os 12 meses imediatamente anteriores.
Grandes categorias econômicas caem e puxam produção pra baixo
De acordo com o IBGE, duas das quatro grandes categorias econômicas caíram em julho. O maior tombo veio dos bens de consumo duráveis (-2,7%), que emendaram o sétimo mês seguido de queda. Nesse período, acumulam retração de 23,4%. Da mesma forma, os bens intermediários caíram 0,6%, quarto recuo seguido, período em que o grupo acumula queda de 3,2%.
Em contrapartida, as duas grandes categorias econômicas que avançaram em julho foram bens de capital (0,3%) e bens de consumo semi e não-duráveis (0,2%). No primeiro caso, o grupo registrou a quarta taxa positiva, período em que acumula avanço de 5,9%. Já o segundo grupo devolveu uma pequena parte do avanço de 1,7% registrado em junho.
Por fim, 19 dos 26 ramos pesquisados pelo IBGE caíram em julho. Esse resultado, somado aos outros citados anteriormente, contribuiu para que o setor industrial do país recuasse pelo segundo mês seguido.
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