A produção industrial do Brasil cresceu 0,3% em março deste ano, na comparação com o mês anterior. Apesar do avanço, a indústria brasileira encerrou o primeiro trimestre de 2022 em queda de 0,4%.
Em resumo, o que fez o resultado trimestral ficar negativo foi a queda de 2,0% em janeiro. Os avanços em fevereiro (0,7%) e março não conseguiram eliminar as perdas. Aliás, os principais problemas enfrentados pela indústria brasileira neste início de ano se relaciona mais à oferta, que vem afetando todo o planeta, segundo o gerente da pesquisa, André Macedo.
“Além disso, a inflação vem diminuindo a renda disponível e os juros sobem e encarecem o crédito. Também o mercado do trabalho, que apresenta alguma melhora, ainda mostra índices como uma massa de rendimentos que não avança”, acrescentou Macedo.
A propósito, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgou os dados nesta terça-feira (3). A série histórica teve início em janeiro de 2002 e, de lá pra cá, informa o desempenho da produção industrial do país mensalmente.
Todas as quatro grandes categorias caem no trimestre
De acordo com o IBGE, três das quatro grandes categorias econômicas subiram em março. O avanço mais expressivo veio dos bens de capital (8,0%), mas o resultado não conseguiu eliminar as perdas no trimestre, que chegaram a 2,6%. Os bens intermediários também subiram no mês (0,6%), mas acumularam uma retração de 3,4% entre janeiro e março.
Por sua vez, os bens de consumo duráveis subiu 2,5% em março, mas despencou 18,3% no trimestre. Já os bens de consumo semiduráveis e não duráveis caíram tanto no mês (-3,3%) quanto no trimestre (-4,4%). A saber, estes segmentos representam os bens de consumo, que caíram 2,5% no mês e 7,4% no trimestre.
O IBGE ainda revelou que 14 dos 26 ramos pesquisados subiram em março, impulsionando a produção industrial brasileira no mês. As principais influências positivas vieram de: veículos automotores, reboques e carrocerias (6,9%), outros produtos químicos (7,8%), bebidas (6,4%) e máquinas e equipamentos (4,9%).
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