A produção de veículos cresceu 5,6% em setembro deste ano na comparação com o mês anterior. A saber, houve 173,3 mil unidades produzidas no Brasil no mês passado, contra 164 mil em agosto. Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que os divulgou nesta quarta-feira (6).
De acordo com a Anfavea, a crise global de fornecimento de semicondutores continua limitando a produção de veículos desde o início do ano. Para se ter uma ideia, a produção ficou 21,3% menor que a registrada em setembro de 2020 (220,2 mil unidades). À época, o mundo ainda sofria para se recuperar do início da pandemia da Covid-19, decretada em março.
“Nunca havíamos tido tanta dificuldade em enxergar o cenário em curto prazo na indústria automotiva. A incerteza para garantir a produção de veículos é grande com a crise de fornecimento global. Estamos presenciando uma procura por parte dos consumidores para compra de novos produtos, mas não temos unidades para atender”, explicou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.
“No ano passado, tínhamos boa produção no segundo semestre, mas uma demanda imprevisível em função da pandemia. Neste ano, temos a volta da demanda, mas infelizmente uma quebra considerável na produção”, acrescentou Moraes.
Exportação de veículos dispara em setembro
Além disso, a Anfavea reportou que o licenciamento de veículos em setembro caiu tanto no comparativo mensal (-10,2%) quanto no anual (-25,3%). Houve 155,1 mil unidades licenciadas no mês, nível que evidencia a dificuldade do setor em produzir veículos.
Ainda segundo a Anfavea, as exportações acumuladas em 2021 estão 33,8% maiores que o nível registrado no mesmo período de 2020. Neste ano, 277 mil veículos foram enviados ao exterior, enquanto 207 mil haviam sido embarcados no ano passado. Contudo, na comparação com agosto, houve uma forte queda de 19,7%. Da mesma forma, o número também ficou menor que o de setembro de 2020 (-22,5%).
Por fim, a Anfavea ressaltou que a crise dos semicondutores reflete no estoque de veículos, que está cada vez menor. Por isso, a entidade acredita que as vendas de novos veículos podem fechar o ano entre 2,038 milhões e 2,118 milhões. Nesse caso, os cenários podem trazer queda anual de 1% ou até crescimento de 3%.
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