Rodrigo Chemim, procurador do Ministério Público (MP) do Paraná, afirmou nesta segunda-feira (18) que o assassinato do tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), Marcelo Arruda, teve “evidente motivação política”. A declaração, feita em entrevista ao portal “UOL”, foi a primeira manifestação pública de um membro do Ministério Público do Paraná sobre a morte de Marcelo Arruda desde que a delegada responsável pelo inquérito, Camila Cecconelli, afirmou que o crime teve como motivação questões pessoais e não políticas.
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Apesar da declaração, o procurador, que também é professor de direito, relatou que, mesmo entendendo que o crime teve motivação política, não acredita que o assassinato possa ser considerado um crime político.
“A Constituição Federal não define o que sejam crimes políticos. A doutrina e jurisprudência interpretavam que os crimes políticos eram aqueles da velha Lei de Segurança Nacional. A LSN foi revogada pela Lei de Crimes contra o Estado Democrático de Direito. O homicídio de Foz não se encaixa nos tipos da nova lei”, disse ele.
Em outro momento, ele afirmou que “o relatório da delegada está tecnicamente perfeito” e que essa divergência sobre a motivação do crime não muda a situação do assassino Jorge Guaranho perante a Justiça, pois ele continuará respondendo por homicídio duplamente qualificado na justiça estadual do Paraná.
De acordo com o portal “UOL”, a opinião de Rodrigo Chemim é parecida com a de outros promotores do Paraná que foram ouvidos pelo site. No entanto, a palavra final sobre o fato caberá ao coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Thiago Lisboa, e do promotor natural do caso, Luis Marcelo, responsáveis pela assinatura da denúncia contra Jorge Guaranho que será enviada à Justiça.
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