Existe “uma grande organização criminosa” por trás dos bloqueios ilegais relatados nas rodovias brasileiros após a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que venceu o atual chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL) no último dia 30, no segundo turno das eleições presidenciais.
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A afirmação é de Mário Luiz Sarrubbo, que desempenha a função de procurador-geral de Justiça de São Paulo, e foi feita nesta terça-feira (08), após um encontro dele com Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em entrevista ao canal “CNN Brasil”, o procurador-geral afirmou que “há uma grande organização criminosa com funções pré-definidas”. “Financiadores, arrecadadores, como é de conhecimento público, tem vários números de pix. Agora temos que estabelecer quem exerce qual função”, relatou ele.
Em outro momento da entrevista, Mário Luiz Sarrubbo detalhou que as investigações deflagradas mostraram que os bloqueios das estradas e outros atos considerados ilegais e antidemocráticos levando em consideração a constituição, foram financiados por empresários.
“São empresários que são financiadores”, afirmou o procurador-geral de Justiça de São Paulo, revelando ainda que, com as investigações, foi possível identificar alguns executivos que gastaram seu dinheiro para promover esses eventos.
“Nós já temos alguns nomes, que não podem ser revelados, porque ainda estão sendo investigados”, revelou ele, completando que a reunião realizada nesta terça com Alexandre de Moraes teve como intuito “fechar o cerco” sobre os investigados.
Além de Mário Luiz Sarrubbo, a reunião também contou com os procuradores-gerais de Santa Catarina e do Espírito Santo. Na ocasião, eles debateram as investigações sobre os bloqueios promovidos por apoiadores do presidente Bolsonaro depois que ele perdeu a eleição para Lula.
Assim como publicou o Brasil123, os bloqueios começaram logo após a eleição. Os manifestantes realizaram as interdições para pedir intervenção militar, o que é inconstitucional. Esses bloqueios só terminaram após uma ordem de Alexandre de Moraes, que ordenou que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e outras corporações agissem para que fosse possível a desobstrução das rodovias.
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