O pior momento da campanha. É assim que aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) classificaram a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, capturado nesta quarta-feira (22) em Santos, no litoral de São Paulo, durante uma operação da Polícia Federal (PF).
No começo do ano, a coordenação da campanha de Bolsonaro apostava que, no fim de junho, ou seja, no momento atual, o chefe do Executivo estaria empatado tecnicamente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, assim como mostrado nesta quarta pelo Brasil123, as pesquisas recentes ainda mostram uma larga vantagem do petista.
Por conta disso, a cúpula que cuida da campanha de Bolsonaro tentou revitalizar a estratégia política e passou a ventilar o nome de Tereza Cristina (União Brasil), ex-ministra da Agricultura, para ser vice de Bolsonaro no lugar de Braga Netto (PL), ex-ministro da Defesa e favorito ao cargo. A ideia era tentar conquistar eleitoras mulheres e virar o jogo contra Lula.
No entanto, a prisão de Milton Ribeiro foi um “banho de água fria” nas pessoas que cuidam da campanha de Bolsonaro. De acordo com informações do canal “CNN Brasil”, o principal motivo para isso é que eles ainda não sabem os elementos investigatórios que a Polícia Federal recolheu.
Ou seja, coisas que dizem respeito ao governo podem vir à tona e prejudicar a campanha de Bolsonaro, que tem batido na tecla que sua gestão é diferente das anteriores, sobretudo das do Partido dos Trabalhadores (PT), pois não existem casos de corrupção.
Ainda conforme o canal, existe a avaliação de que a investigação contra Milton Ribeiro é completamente diferente das que atingiram outros ministros, como Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e Marcelo Álvaro Antônio, do Turismo, por exemplo. Isso porque eles deixaram as respectivas pastas em um momento distante das eleições.
Não suficiente, aliados do presidente acreditam que ele deveria ter aguardado para comentar o caso, pois ao tentar se “deslocar” do ex-ministro, pode ter criado em Milton Ribeiro o desejo de retaliação. Isso porque, defendido enquanto estava à frente da pasta, o ex-gestor, segundo a “CNN Brasil”, já vinha dizendo que estava sendo injustiçado e abandonado pelo governo.
Por conta de todo o exposto, a ordem da cúpula que cuida da campanha de Bolsonaro é clara: o melhor a se fazer no momento é esperar os próximos capítulos das investigações para, a partir daí, tentar avaliar a melhor estratégia de reação.
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