O poder de compra do trabalhador brasileiro é minimizado a cada dia que passa. Todos os meses a luta é a mesma: driblar as despesas para conseguir manter a vida financeira em dia, ou pelo menos, pagando as despesas básicas como alimentos, moradia e energia.
Sabe-se que o Brasil já vivia uma crise econômica muito antes da chegada da pandemia da Covid-19, mas ao se aliar à crise sanitária e política, a situação do país piorou drasticamente. E quem sofre as consequências é a população, que precisa arcar com os efeitos por meio do reajuste de itens básicos à sobrevivência.
Nos últimos meses, o preço do aluguel, alimentos, conta de luz, entre tantos outros serviços têm passado por reajustes constantes e difíceis de acompanhar, sobretudo com um salário mínimo de apenas R$ 1.100. Pesquisas recentes mostram que a aquisição de alimentos é a despesa que mais tem pesada no bolso do consumidor brasileiro.
O Dieese apurou que mais da metade da renda de trabalhadores que ganham um salário mínimo é destinada à itens que compõem a cesta básica. Esta análise equivale a 55,68% do piso nacional que hoje é de R$ 1.100.
Na última semana, dados apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apontam que o óleo de soja foi o mais afetado pelos reajustes provenientes da inflação, com uma alta de 74,78% no acumulado dos últimos 12 meses.
A gasolina também tem sido considerada outra grande vilã dos reflexos da inflação, ela está no ranking dos produtos com os maiores reajustes. Veja:
- Óleo de soja: 74,78%;
- Feijão fradinho: 47,43%;
- Açúcar cristal: 36,76%;
- Revestimento de piso e parede: 36,47%;
- Fubá de milho: 36,01%;
- Arroz: 35,36% ;
- Gasolina: 34,79%;
- Carne de carneiro: 34,23%;
- Picanha: 32,94%;
- Óleo diesel: 32,51%.
De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apontou que o litro de óleo de soja que antes custava R$ 5,24, passou para cerca de R$ 8,50. Enquanto isso, quatro quilos e meio de feijão, quantidade estimada para amparar uma família de quatro pessoas durante um mês, custa R$ 34,88.
Três quilos de açúcar passaram a custar R$ 11,13. O arroz também é outro item essencial da cesta básica cujo valor deu um salto de R$ 15,34 em agosto de 2020 para R$ 20,23 em 2021. Já o litro de leite integral aumentou em 14 das 17 capitais brasileiras pesquisadas. A alta foi de 5,7% em Aracaju e de 2,41% em João Pessoa.
Com base no valor atual da cesta básica de Porto Alegre, que custa R$ 664,67, o Dieese determinou que o salário mínimo ideal para suprir todas as despesas de uma família composta por quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, deveria ser de R$ 5.518. O número que representa cinco vezes mais que o piso nacional vigente, considera gastos com alimentação, saúde, educação e segurança.