Números divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que o primeiro turno das eleições deste ano, realizado no domingo (02), registrou 11,1 milhões de votos válidos a mais do que na última eleição presidencial, ocorrida em 2018. Por votos válidos, entende-se aqueles onde são excluídos os brancos e nulos.
No domingo, foram 95,59% dos votos válidos, contra 91,21% em 2018. Em entrevista ao portal “G1”, Eduardo Grin, cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas, relatou que a grande responsável pelo dado apresentado foi a diminuição da quantidade de votos brancos e nulos, que diminuíram em número e proporção neste pleito.
Em 2018, foram mais de 10,3 milhões votos brancos e nulos. Nas eleições de domingo, foram por volta de 5,4 milhões, o que representou o menor percentual de votos brancos e nulos desde as eleições de 1994.
Quando se compara com o total de pessoas que compareceram no primeiro turno das duas eleições, de 2022 e 2018, constata-se um crescimento de 6,3 milhões de eleitores, ou seja, enquanto o comparecimento aumentou em seis milhões, os votos válidos aumentaram em 11 milhões. Na prática, explica o especialista, isso significa que mais pessoas foram votar e, dentro dessa parcela, mais pessoas optaram por um dos candidatos disponíveis em vez de anular o voto.
Lula e Bolsonaro fizeram história
A decisão dos eleitores na hora de votar representou números expressivos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por exemplo, com mais de 57 milhões de votos teve o melhor desempenho da história de um candidato em primeiro turno. Atrás dele está o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que no domingo somou 51 milhões de votos e agora tem o segundo melhor desempenho de um candidato na história de um primeiro turno.
Juntos, os dois somaram 91% dos votos válidos. De acordo com Eduardo Grin, a polarização induziu o eleitor a abandonar o voto nulo. “Os dois principais lados esforçam-se para garantir maior escolha. Isso induz o eleitor a abandonar o voto nulo. Lula é um ex-presidente extremamente popular, ainda lembrado por seu governo, e Bolsonaro tem a máquina e uma força consolidada”, disse.
Ainda segundo ele, os votos dos indecisos, que ao longo da última semana ocupavam um patamar de mais de 10% nas pesquisas de intenção de voto, acabou migrando para os dois candidatos mais lembrados. “Se olhar a diferença de Lula para Bolsonaro, que caiu de 10 para 5 pontos percentuais, é possível ver a migração do voto dos indecisos e do voto envergonhado”, explicou o professor da Fundação Getúlio Vargas.
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