A Polícia Rodoviária Federal (PRF) revelou, nesta quarta-feira (16), ter feito 49 prisões “pelos mais diversos crimes” durante a ação deflagrada com o objetivo de liberar rodovias que foram tomadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que não aceitam a vitória do chefe do Executivo eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Conforme publicou o Brasil123, a PRF intensificou suas operações após uma decisão de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que a corporação deveria adotar medidas para desobstruir as vias interditadas por manifestantes.
Nesta quarta, a PRF afirmou que, por conta do número de manifestantes nos atos considerados antidemocráticos e o tamanho das equipes que atuaram na linha de frente da Operação Rescaldo, a entidade “segue um protocolo progressivo a fim de resguardar a vida e a integridade de todos”.
Ainda no documento, a PRF sustentou que as prisões efetuadas pela corporação envolvem “uma grande dificuldade”. Nesse sentido, a entidade relata um episódio registrado em Novo Progresso, no interior do Pará. Na ocasião, manifestantes foram flagrados jogando pedras contra um comboio que tentava liberar um trecho da rodovia, o que acabou fazendo com que um dos agentes ficasse ferido.
Por conta de cobranças tanto públicas quanto do Judiciário, a PRF diz ter adotado diferentes medidas para liberar as estradas. Em dado momento, Silvinei Vasques, diretor-geral da corporação, chegou a pedir uma verba de R$ 970 mil ao Ministério da Justiça para custear passagens e diárias de agentes. Em outro momento, Silvinei ainda suspendeu atividades administrativas não essenciais da corporação, assim como folgas para compensação de horas.
A atuação do número um da PRF vem sendo investigada. Na terça-feira (15), por exemplo, o Ministério Público Federal (MPF) pediu o afastamento imediato de Silvinei Vasques por 90 dias. No pedido, o órgão alegou que o chefe da corporação usou seu cargo de maneira indevida para beneficiar seu candidato favorito, o presidente Bolsonaro (PL).
Hoje, as Polícias e o Ministério Público Federal tentam identificar quem são os líderes e financiadores dos atos considerados antidemocráticos. Na semana passada, as forças policiais e Promotorias enviaram ao ministro Alexandre de Moraes informações que podem colocar apoiadores de Bolsonaro, o que inclui empresários importantes, na mira de investigações criminais.
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