De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), caminhoneiros estão fazendo obstruções em 4 rodovias federais, interrompendo completamente o fluxo de veículos. Os atuais bloqueios se encontram em Rondônia, Pernambuco e Mato Grosso. Outros 13 bloqueios parciais ocorrem pelo Brasil, sendo 13 concentrados no estado de Rondônia.
A organização de uma nova greve vem sendo articulada em grupos bolsonaristas, de onde caminhoneiros vem sugerindo “trancar” rodovias e até mesmo resistir a uma eventual ação por parte de policiais. Tal organização de greve ocorre mesmo após o Ministro Alexandre de Moraes, do STF, ter determinado o bloqueio de contas de empresários suspeitos no financiamento de atos antidemocráticos.
Nesse sentido, o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotivos (Abrava), Wallace Landim, afirmou que a categoria não apoia os bloqueios. Ainda, de acordo com ele, a greve vem sendo organizada por uma parte pequena dos caminhoneiros. “Não é um movimento dos caminhoneiros, é uma ala extremista (…) está sendo cometido um crime”, afirmou.
Existe uma suspeita de que os bloqueios estejam sendo realizados com apoio dos empregadores destes caminhoneiros, principalmente aqueles que tiveram suas contas bloqueadas pelo STF. Caso a suspeita se confirme, esta será caracterizada como locaute, que prevê responsabilização legal.
Ministério Público Federal cogita omissão da PRF em atos
Na última segunda-feira (14), o Ministério Público Federal solicitou o afastamento do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, por 90 dias. A entidade argumentou que foi feita uma utilização indevida do cargo para pedir votos de forma irregular a Bolsonaro durante sua campanha presidencial.
Além disso, o MPF também disse que a conduta de Silvinei Vasques pode ter interferido na atuação da Polícia Rodoviária Federal em relação aos bloqueios realizados pelos caminhoneiros nas rodovias federais por todo o Brasil. Após o pedido de afastamento, Silvinei entrou de férias. A PRF não informou por quanto tempo Vasques ficará fora da função e nem mesmo quem o substituirá na função.
“Após o anúncio do resultado das eleições, instalou-se no país um clima de instabilidade, o qual demandou a atuação imediata de vários órgãos. Não se pode afastar, de plano, que as manifestas preferências do requerido tenham influenciado e possam vir influenciar a condução das ações da PRF durante este momento de crise”, disse a ação do Ministério Público Federal.
O diretor-geral da PRF chegou a fazer diversos posts com Bolsonaro em suas redes sociais. Inclusive, em 29 de outubro, Silvinei fez uma postagem com os dizeres “vote 22 Bolsonaro presidente”, um dia antes do segundo turno das eleições, pedindo explicitamente voto no atual presidente da República, que buscava a reeleição.
Por outro lado, a Polícia Federal também apura a conduta de agentes da PRF no segundo dia das eleições, quando realizaram diversas blitz, chegando a parar ônibus que faziam o transporte público gratuito de eleitores para suas zonas eleitorais. A postura da PRF diante dos bloqueios ilegais após eleições também é investigada pela Polícia Federal.