A atividade econômica do Brasil caiu 0,99% em janeiro, na comparação com dezembro do ano passado. Esta é a maior retração do indicador considerado a ‘prévia’ do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro desde março de 2021, quando recuou 1,67%. Aliás, a queda interrompe uma sequência de três meses de avanço.
Além disso, a retração do indicador em janeiro foi mais intensa que a projetada pelos analistas. Em suma, as estimativas de analistas de consultorias e instituições financeiras para a prévia do PIB variaram entre -0,7% e +0,6%. Assim, a mediana ficou em -0,2%, acima da queda registrada no mês.
Com o acréscimo do resultado, o IBC-Br caiu de 139,86 pontos em dezembro para 138,48 pontos em janeiro, menor patamar desde dezembro de 2020 (138,18 pontos). Aliás, o indicador voltou a ficar abaixo do nível de fevereiro de 2020 (139,36 pontos), último mês antes da decretação da pandemia da Covid-19.
A saber, os números passam por um ajuste sazonal para que haja “compensação” em relação aos períodos diferentes. E é assim que o Banco Central (BC), responsável pelo Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), realiza este levantamento.
Veja mais detalhes da ‘prévia’ do PIB em janeiro
Embora o indicador tenha recuado na comparação mensal, o BC revelou que o índice acumulou um crescimento de 4,73% em 12 meses até janeiro. Este cálculo ocorreu sem ajuste sazonal.
A saber, o relatório Focus, publicação do BC que reúne projeções de mais de cem instituições financeiras sobre indicadores econômicos do país, indica que o PIB brasileiro crescerá 0,49% em 2022. Apesar de tímido, o avanço é superior às projeções do início do ano, de expansão de 0,30%.
Da mesma forma, as projeções para a inflação do país também subiram fortemente nesta semana, impulsionadas pelos reajustes promovidos pela Petrobras nos preços do diesel e da gasolina.
Inclusive, na véspera (16), o BC elevou a taxa básica de juro da economia brasileira em 1,0 ponto percentual, para 11,75% ao ano. Em resumo, a entidade financeira tenta segurar a inflação do país através do aumento dos juros, pois estes reduzem o poder de compra do consumidor, desaquecendo a economia.
Entenda o indicador do BC
A saber, o IBC-Br é uma ‘prévia’ do PIB. Na verdade, o IBC-Br avalia a evolução da atividade econômica do Brasil e ajuda o Banco Central na tomada de decisões em relação à taxa básica de juros, a Selic.
Com isso, o índice abrange informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária, além do volume de impostos. Assim, o BC contabiliza tudo isso para determinar a prévia do PIB do país, mesmo que não figure como o indicador oficial do país.
Vale destacar que o PIB corresponde à soma de todos os bens e serviços produzidos no país. E é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que divulga os dados oficiais do PIB brasileiro.
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