A sindical que apoia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não gostou nada da proposta de revogação da reforma trabalhista, apresentada sem consulta aos partidos apoiadores da pré-candidatura do petista. De acordo com informações do portal “UOL”, sindicalistas criticam o conteúdo das diretrizes para o programa de governo, que foi elaborado pela Fundação Perseu Abramo, sob coordenação do ex-ministro Aloizio Mercadante.
Lula coloca Alckmin para reforçar diálogo com militares
Conforme a publicação, os sindicalistas reclamaram de inúmeros pontos, desde o uso do termo “revogação” até a exclusão da retomada obrigatória do imposto sindical. Por conta desse descontentamento, o Partido dos Trabalhadores (PT), tentando colocar panos frios na discussão, informou que vai ouvir as centrais sindicais e realizar as alterações sugeridas.
Segundo o “UOL”, em publicação feita nesta sexta-feira (10), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), entidade bastante próxima do PT, não se manifestou sobre o tema, mas deu a entender que não tem grandes divergências sobre a proposta. O mesmo não pode se dizer de outras centrais que apoiam a candidatura de Lula.
De acordo com o portal, essas organizações demonstraram uma grande insatisfação com o texto, que foi divulgado na última segunda-feira (06). Conforme a publicação, o principal descontentamento é por conta da continuação da regra que não obriga que os trabalhadores tenham que fazer contribuições para os sindicatos.
Em entrevista ao “UOL”, João Carlos Juruna, secretário-geral da Força Sindical, disse que a antecipação do debate sobre a reforma ainda no plano de governo pode ser prejudicial, pois acaba dividindo os sindicatos. “Quando você fala que vai acabar com a contribuição e não coloca que o sindicato poderá ter um financiamento decidido em Assembleia você deixa em aberto que poderá ser plural”, explicou ele.
Lula vai ‘eliminar direitos’ se revogar reforma trabalhista, diz Temer
“Hoje você contribui com o sindicato unitário da sua base que negocia por você, mesmo você não sendo sócio. Na hora que você fala que não vai ter contribuição ao sindicato você está deixando em aberto que poderá ter mais de um sindicato”, afirmou ele, dizendo que “criar esse debate agora é bobagem”. “Tem que deixar esse debate fluir depois no Congresso Nacional, com o empresariado”, completou o secretário-geral da Força Sindical.
Ainda conforme o portal, além dos sindicatos, partidos aliados do PT também sinalizaram que reprovam a prévia do programa de diretrizes. Primeiro porque eles questionam a publicação antes de que o texto seja acertado entre lideranças dos partidos.
Além disso, eles também demonstraram uma insatisfação com as propostas do plano de governo prévio, principalmente com uso do termo “revogação” para tratar da reforma trabalhista e também devido aos autoelogios do PT no tema do combate à corrupção – importante lembrar que o Partido dos Trabalhadores rondou os noticiários policiais nos últimos anos, justamente devido aos casos de corrupção registrado entre integrantes da legenda.
Leia também: Lula diz que PT tem que “pedir desculpas ao povo por ter errado”