O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 1,20% em outubro deste ano, ficando 0,06 ponto percentual (p.p.) acima da taxa observada no mês anterior (1,14%). Esse é o maior nível para um mês de outubro desde 1995, quando o indicador atingiu 1,34%. A saber, o IPCA-15 é a prévia da inflação oficial do Brasil.
Além disso, a variação de outubro é a maior para um mês desde fevereiro de 2016 (1,42%). Com o acréscimo do resultado, o índice passa a acumular alta de 8,30% em 2021. Já nos últimos 12 meses, o avanço é bem mais expressivo, de 10,34%, superando os 10,05% registrados nos 12 meses anteriores. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta terça-feira (26).
Além disso, a variação do IPCA-15 em outubro deste ano superou a taxa observada no mesmo mês de 2020. À época, a prévia da inflação havia registrado variação de 0,94%.
Energia elétrica e passagem aérea impulsionam inflação no mês
De acordo com o IBGE, a aceleração da prévia da inflação em outubro refletiu o avanço registrado por oito dos nove grupos pesquisados. Em resumo, o grupo transportes registrou a maior variação mensal, apesar de ter decréscimo (2,22% para 2,06%). Aliás, o grupo também exerceu o maior impacto no IPCA-15 em outubro (0,43 p.p.).
No grupo, o item passagem subiu 34,35%, contribuindo com a alta do IPCA-15 em 0,16 p.p. No entanto, o maior impacto individual veio da energia elétrica (0,19 p.p.), que faz parte do grupo habitação (1,55% para 1,87%), cujo impacto foi de 0,30 p.p.
O terceiro maior impacto foi exercido pelo grupo alimentação e bebidas (0,29 p.p.). Os destaques no mês ficaram com frutas (+6,41%), que exerceram um impacto de 0,06 p.p., e a forte alta de 23,15% do tomate. Em contrapartida, os recuos mais expressivos vieram de cebola (-2,72%), arroz (-1,06%) e carnes (-0,31%), primeira queda após 16 meses consecutivos de alta.
Confira as variações dos outros grupos no mês
Outros cinco grupos também registraram alta no mês: vestuário (0,54% para 1,32%), despesas pessoais (0,48% para 0,77%), artigos de residência (1,23% para 0,53%), comunicação (0,02% para 0,34%) e educação (-0,01% para 0,09%). Assim, o único grupo a apresentar uma taxa negativa em agosto foi o de saúde e cuidados pessoais (0,33% para -0,01%).
Por fim, vale ressaltar que, para a divulgação da prévia da inflação, houve a coleta dos dados nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Goiânia, Recife, Salvador, Fortaleza e Belém.
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