Os brasileiros vêm sofrendo com os altos preços dos produtos e serviços nos últimos tempos. Esses aumentos contínuos e generalizados, conhecidos como inflação, corroem a renda dos brasileiros e dificultam o fechamento das contas no final do mês. E, em junho, a taxa inflacionária voltou a acelerar no país.
De acordo com o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do Brasil, acelerou de 0,59% em maio para 0,69% em junho. Com isso, o índice passou a acumular uma variação de 12,04% em 12 meses, abaixo dos 12,20% registrados em maio, a ritmo anual.
Todos os grupos têm variação positiva em junho
O IBGE revelou que todos os nove grupos pesquisados tiveram variação positiva em junho. Veja abaixo a variação de cada um deles:
- Vestuário: 1,77%;
- Saúde e cuidados pessoais: 1,27%;
- Artigos de residência: 0,94%;
- Transportes: 0,84%;
- Habitação: 0,66%;
- Despesas pessoais: 0,54%;
- Comunicação: 0,36%;
- Alimentação e bebidas: 0,25%;
- Educação: 0,07%.
Embora todos os grupos tenham variado positivamente em junho, apenas dois tiveram taxas superiores a maio: educação e habitação, cujas taxas haviam sido de 0,06% e -3,85%, respectivamente.
Em suma, o destaque ficou com o grupo habitação, que teve a variação puxada pela taxa de água e esgoto, que subiu 4,29% em junho. Esse avanço ocorreu devido aos reajustes aplicados em Belém (20,81%), São Paulo (12,89%) e Curitiba (4,99%).
Além disso, o gás encanado variou 2,04% em junho, pressionado pelos reajustes ocorridos em Curitiba (9,16%) e no Rio de Janeiro (5,95%).
Diante dessas variações, que superaram as quedas de outros itens, o grupo habitação impactou a prévia da inflação em 0,10 ponto percentual (p.p.). Essa foi a terceira maior influência entre os grupos, atrás apenas de transportes (0,19 p.p.) e saúde e cuidados pessoais (0,16%).
Grupo saúde e cuidados pessoais impulsiona prévia da inflação
Apesar de o grupo transportes ter liderado os impactos no IPCA-15 em junho, sua variação de 0,84% ficou bem menor que a registrada em maio (1,80%). Isso aconteceu devido à queda nos preços dos combustíveis (-0,55%), que tinham subido 2,05% em maio.
Entre os avanços neste mês, destacam-se óleo diesel (2,83%), passagens aéreas (11,36%) e seguro voluntário de veículo (4,20%). Por outro lado, as quedas registradas pelo etanol (-4,41%) e pela gasolina (-0,27%) ajudaram a desacelerar a variação do grupo no mês.
Contudo, o grande destaque de junho foi o grupo saúde e cuidados pessoais. Em resumo, o subitem planos de saúde teve uma alta de 2,99% no mês, impactando a prévia da inflação em 0,10 p.p. A saber, essa foi a maior influência individual registrada em junho.
Vale destacar que esse avanço dos planos de saúde é decorrência do reajuste de 15,50% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 26 de maio. Os produtos farmacêuticos ajudaram com a aceleração da taxa, impactando o IPCA-15 em 0,05 p.p. no mês.
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