Fábio Augusto, que é ex-comandante da Polícia Militar (PM) do Distrito Federal, afirmou em depoimento à Polícia Federal (PF) que não existiu, por parte dele, qualquer tentativa de facilitar o cometimento dos atos de terrorismo no último 08 de janeiro em Brasília.
Assim como publicou o Brasil123, Fábio Augusto foi preso dois dias após apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) terem invadido e depredado as sedes dos Três Poderes. O ex-comandante da PM foi preso em casa por agentes da Polícia Federal logo após ter sido exonerado do comando-geral da corporação pelo interventor Ricardo Cappelli – ele foi substituído pelo coronel Klepter Rosa Gonçalves.
Em depoimento, ele, que foi detido após determinação de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a permanência do acampamento contribuiu muito para o ocorrido no dia 08. Nesse sentido, ele relatou que, por duas vezes, a corporação até então comandada por ele tentou desmobilizar os acampamentos, o que não foi possível devido a uma ordem do Exército.
“A PM chegou a mobilizar cerca de 500 policiais militares, mas o Exército entendeu que era melhor eles fazerem essa desmobilização utilizando seus próprios meios. A permanência do acampamento contribuiu muito para o ocorrido no dia 08”, disse ele. Ainda no depoimento, o ex-comandante da PM relatou ter recebido informações do Departamento de Operações de que a inteligência das diversas agências havia constatado que os ânimos dos manifestantes seriam pacíficos.
“O Departamento de Operações informou que a situação estava OK, que o efetivo empregado era o necessário de acordo com as informações de inteligência que eles tinham. A inteligência informou que o chamado do movimento era grande, mas não havia muita adesão”, disse. Por fim, Fábio Vieira também disse que, desde o início dos atos, determinou a detenção de todos os envolvidos. No entanto, ele, que nega ter sido conivente com os atos, afirma ter sido informado que o Exército havia tentado impedir a PM de realizar as prisões.
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