Uma das pessoas presas durante os atos de invasão e depredação relatados no Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF), no domingo (08), afirmou em depoimento para a Polícia Civil que um integrante do Exército tentou ajudar ele e outros invasores a deixar o prédio antes que fossem presos.
Ato de vandalismo em Brasília teve participação de ex-BBB
De acordo com informações da “TV Globo”, o homem, que é de Santa Catarina, contou nesta terça-feira (10) que foi até Brasília junto com outras 48 pessoas com o intuito de “manifestar contra a corrupção no país e contra a falta de transparência das urnas”. Isso, sem ter pago pela “excursão”, pois, segundo ele, a viagem foi financiada com doações da população.
Ao relatar sobre a invasão, o homem, que não teve seu nome revelado, disse que “um comandante do Exército falava para que os manifestantes fizessem uso de uma saída de emergência, convidando-os a sair, mas na sequência a tropa de choque da PMDF chegou e deu voz de prisão ao declarante e também a outros indivíduos”.
Não suficiente, esse preso afirmou que tentou evitar que supostos “infiltrados” “danificassem o local ou que machucassem pessoas, tendo inclusive se colocado entre a tropa de choque e os manifestantes”. Por fim, esse preso ainda relatou no depoimento, segundo a emissora carioca, que ele e outros manifestantes se ajoelharam e começaram a cantar o hino nacional e pedir que o Exército os protegessem.
Por conta da acusação, o Exército divulgou uma nota dizendo que “ainda não foi formalmente notificado e não há, até o momento, qualquer fato que indique a sua veracidade”. Durante os atos de terrorismo em Brasília, muito se falou sobre a atuação da polícia contra os manifestantes.
Ao declarar intervenção federal no Distrito Federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a atuação dos agentes, dizendo que muitos foram coniventes com os ataques. Nesta terça, Alexandre de Moraes, ministro do STF, decretou a prisão de Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, o responsável pela corporação no domingo durante os ataques aos três Poderes.
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