Na última segunda-feira, dia 20 de setembro, um homem de 46 anos, identificado como Cleriston Pereira da Cunha, veio a óbito devido a um mal súbito, no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
Ele estava preso devido aos atos do 8/1, cujos protestos culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
Continue a leitura para acompanhar os detalhes desse caso e entender as circunstâncias que envolveram a morte do detento.
O falecimento e as tentativas de reanimação
No momento em que Cleriston sofreu o mal súbito durante o banho de sol, outros detentos tentaram socorrê-lo antes da chegada dos socorristas.
Segundo a juíza Leila Cury, responsável pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Cleriston começou a passar mal por volta das 10h da manhã. O Samu e o Corpo de Bombeiros foram acionados e chegaram ao local cerca de 18 minutos depois. Infelizmente, todas as tentativas de reanimação foram em vão e o óbito foi declarado às 10h58.
Cury ressaltou que o detento recebia um atendimento médico regular e que sua morte foi comunicada à família, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos casos relacionados ao ocorrido em 8 de janeiro.
A causa exata da morte ainda está sendo investigada pela Polícia Federal.
A atuação de Cleriston preso por atos do 8/1
De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), Cleriston teria se unido a um grupo que se dirigiu à Praça dos Três Poderes com o intuito de provocar tumultos e tomar o poder, incluindo a destruição do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
No decorrer dos eventos, ele e os demais manifestantes causaram danos significativos ao patrimônio público. Quebraram vidraças, espelhos, portas, móveis, lixeiras, computadores, totens informativos, obras de arte, pórticos, câmeras de circuito fechado de TV, carpetes, equipamentos de segurança e até mesmo um veículo da marca Jeep. Além disso, depredaram a chapelaria, o Salão Negro, as cúpulas, o museu, móveis históricos e queimaram o tapete do Salão Verde da Câmara dos Deputados.
A prisão de Cleriston
Cleriston era réu em um processo no qual a Procuradoria-Geral da República (PGR) o denunciou por cinco crimes. No entanto, em setembro, a própria PGR se manifestou a favor da liberdade do detento, aguardando uma decisão do ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Infelizmente, o ministro não chegou a analisar o caso antes do falecimento de Cleriston. A Vara de Execuções Penais do Distrito Federal já comunicou o óbito ao ministro Moraes, e a Polícia Federal está investigando o ocorrido.
A vida de Cleriston Pereira da Cunha
Cleriston, também conhecido como “Clezão do Ramalho”, vivia no Distrito Federal há mais de duas décadas. Ele era irmão do vereador Cristiano do Ramalho, representante do município de Feira da Mata, Bahia. Além de enfrentar problemas de saúde, como diabetes e hipertensão, ele também estava envolvido em um processo judicial, que agora não será mais analisado pelo STF devido ao seu falecimento.
Ele deixou para trás sua esposa e duas filhas.