O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já visitou 12 países em sete viagens distintas em seus seis primeiros meses de governo, passando um total de 31 dias fora do Brasil. E a frequência dessas viagens internacionais deve aumentar em julho, com visitas já agendada para a Argentina, Colômbia e, provavelmente, Bélgica
O presidente dará início às atividades de julho já nesta terça-feira (4), participando da 62ª Cúpula do Mercosul e Países Associados em Puerto Iguazú, Argentina. Durante o evento, Lula receberá a presidência temporária do Mercosul, uma posição de grande relevância internacional que ele deve ocupar por seis meses. Ao longo desse período, espera-se que o presidente se dedique à conclusão do acordo entre o grupo latino-americano e a União Europeia.
Posteriormente, no sábado (8), o presidente Lula tem presença confirmada em Letícia, uma cidade colombiana na fronteira com Tabatinga, município brasileiro no Amazonas, para participar de um fórum de debates científicos sobre a Amazônia. O compromisso foi firmado durante uma reunião bilateral com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, em maio. É esperado que Petro e Lula se reencontrem durante o fórum.
A maratona internacional de Lula
Caso todas as três agendas se concretizem, Lula alcançará um total de dez viagens internacionais nos primeiros sete meses de seu mandato. Isso equivale a 15 visitas a 14 países distintos (incluindo duas visitas à Argentina) de janeiro a julho de 2023. Importante ressaltar, isto exclui as viagens para Portugal e Egito que ocorreram após as eleições, porém antes de sua posse como presidente.
O início da terceira jornada presidencial de Lula no cenário internacional ocorreu já em janeiro, com um itinerário focado na América Latina. Lula dedicou três dias entre Argentina e Uruguai. Na Argentina, oficializou o retorno do Brasil à Celac, após um período de quatro anos de afastamento durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
No mês seguinte, em fevereiro, o presidente Lula visitou os Estados Unidos, onde passou três dias em reuniões com líderes de esquerda e com o presidente americano, Joe Biden. De acordo com notas divulgadas pelos dois países, a defesa da democracia, a crise climática e a guerra na Ucrânia foram as principais pautas discutidas com o chefe de Estado americano.
Os impactos diplomáticos das viagens internacionais
Na primeira quinzena de abril, o presidente Lula dedicou seis dias para visitar a China e os Emirados Árabes Unidos. Com isso, na China, Lula firmou 15 acordos que abordam cooperação, comunicação e comércio internacional.
Em sua visita aos Emirados Árabes, o presidente também estabeleceu acordos e discutiu questões ambientais, já que o país sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP-28). Durante essa viagem, Lula questionou a predominância do dólar como moeda internacional e apontou os Estados Unidos e a Europa como responsáveis pela continuação da guerra na Ucrânia.
No final de abril, Lula embarcou para Portugal e Espanha, permanecendo seis dias em contato com líderes e empresários desses países. Em Portugal, participou da Cúpula Brasil-Portugal e da cerimônia de entrega do Prêmio Camões a Chico Buarque. No início de maio, Lula marcou presença no Reino Unido para a coroação do rei Charles III, em uma viagem de dois dias.