Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, anunciou, nesta sexta-feira (03), que assinou uma ordem executiva a fim de que o Departamento de Justiça e outras agências federais avaliem uma possível retirada do sigilo imposto sobre os documentos investigativos do FBI sobre os ataques de 11 de setembro.
A decisão do chefe do Executivo americano acontece porque ele tem sido pressionado pelos familiares das vítimas, que querem a quebra do sigilo, que já dura quase duas décadas. Esses entes queridos afirmam que os arquivos podem indicar se a Arábia Saudita teve ou não alguma participação nos atentados terroristas.
Essa hipótese acontece porque, dos 19 terroristas da al-Qaeda envolvidos no ataque, 15 eram de origem saudita. Todavia, apesar da alegação, o jornal “The New York Times” publicou que a Comissão do Congresso não encontrou indícios de que esses terroristas foram financiados pelo país.
Nesta sexta (03), Biden justificou o pedido dizendo que, quando se candidatou à presidência, prometeu que iria garantir a transparência quanto à divulgação dos documentos sobre os ataques de 11 de setembro de 2001.
Conforme a ordem executiva, depois da avaliação sobre a quebra do sigilo, se a decisão for favorável, o Procurador-Geral terá a responsabilidade de publicar todos os documentos que tiverem seu sigilo derrubado dentro de seis meses.
Todavia, existem prazos mais curtos, pois, de acordo com a ordem do presidente, cada tipo de informação poderá vir a público em uma data diferente. Por exemplo, o relatório sigiloso do FBI sobre as investigações, consideradas encerradas em 2021, terá que ser divulgado em até dois meses após um eventual parecer favorável da decisão.
Por outro lado, relatórios e entrevistas, análises e investigações iniciais do FBI sobre suspeitos e indivíduos que têm relação com o caso poderão ser divulgados em até quatro meses. Segundo a ordem de Biden, o parecer favorável ou não deve sair até o próximo dia 11 de setembro.
“Nunca devemos esquecer a dor das famílias das 2.977 pessoas inocentes que foram mortas durante o pior ataque terrorista aos EUA em nossa história”, disse o presidente dos Estados Unidos no comunicado.
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