Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou neste sábado (16) o convite feito pelo chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL). O intuito de Bolsonaro é promover uma reunião com embaixadores estrangeiros para que o tema sistema eleitoral brasileiro seja discutido.
TSE diz que vai testar o modelo mais recente da urna eletrônica
Bolsonaro anunciou o encontro, que está marcado para acontecer na próxima segunda-feira (18), ainda no mês passado, quando voltou a levantar suspeitas sobre as urnas eletrônicas, mais uma vez sem provas.
A revelação de Edson Fachin de que não vai ao encontro foi feita na noite deste sábado, quando o TSE publicou uma nota, assinada por Fernanda Januzzi, chefe do cerimonial do tribunal, dizendo que o presidente da Corte está impedido de ir ao encontro por conta do dever da imparcialidade.
“Na condição de quem preside o Tribunal que julga a legalidade das ações dos pré-candidatos ou candidatos durante o pleito deste ano, o dever de imparcialidade o impede de comparecer a eventos por eles organizados”, explicou Fernanda Januzzi.
O documento foi endereçado ao embaixador André Chermont de Lima, chefe do cerimonial da Presidência da República, que havia feito o convite a Edson Fachin, que não foi o único convidado. Além dele, os presidentes dos demais tribunais superiores também foram chamados para a reunião, que deve ocorrer no Palácio da Alvorada.
Até o momento, o único que confirmou presença no evento foi Emmanoel Pereira, presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), também não vai ao encontro. Isso, segundo Valdo Cruz, jornalista do canal “Globo News”.
O encontro de Bolsonaro
De acordo com o presidente, em declaração feita na semana passada, no encontro, será apresentado “um PowerPoint mostrando tudo o que aconteceu nas eleições de 2014, 2018, documentado, bem como as participações dos ministros do TSE, que são do Supremo, sobre o sistema eleitoral”.
A iniciativa seria, de acordo com Bolsonaro, uma reação a uma declaração de Edson Fachin que, durante uma reunião com representantes da comunidade internacional em junho, pediu para que diplomatas estrangeiros ficassem em estado de “alerta contra acusações levianas” nas eleições.
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