Luiz Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou nesta segunda-feira (13), em um ofício enviado ao Ministério da Defesa, que tem uma “elevada consideração” pelas Forças Armadas. Além disso, ele também disse que o diálogo é necessário para fortalecer a democracia.
O documento foi enviado à pasta porque, na última sexta-feira (10), o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, enviou ao tribunal uma “tréplica” sobre as respostas técnicas apresentadas pelo TSE referentes às sugestões das Forças Armadas quanto às eleições deste ano.
“Renovo os nossos respeitosos cumprimentos a vossa excelência, ministro da Defesa, igualmente expressando nossa elevada consideração às Forças Armadas e a todas as instituições do estado democrático de direito no Brasil”, disse Edson Fachin a Paulo Sérgio Nogueira, que chegou a dizer que as Forças Armadas não se sentem “devidamente prestigiadas” pelo TSE.
Em sua resposta, Edson Fachin ainda agradeceu pelas contribuições apresentadas pelas Forças Armadas, afirmando ainda que o processo eleitoral brasileiro tem contado com a participação de diversos atores políticos nas etapas de auditoria e que entidades poderão fiscalizar o sistema eletrônico nas eleições 2022.
“Agradeço a apresentação de contribuições ao aprimoramento do processo eleitoral por parte desse Ministério da Defesa, aproveito o ensejo para revitalizar algumas informações sobre os atos de fiscalização e auditoria do sistema eletrônico de votação, reforçando, assim, o necessário diálogo interinstitucional em prol do fortalecimento da democracia brasileira”, disse o número um da Justiça Eleitoral.
Questionamentos enviados ao TSE
Conforme já explicou em outras oportunidades o Brasil123, as Forças Armadas foram convidadas pelo TSE para participarem da Comissão de Transparência Eleitoral, tendo enviado, ao todo, 15 sugestões de melhorias no processo eleitoral.
Nesta segunda (13), o TSE relatou que acolheu, de forma total ou parcial, dez das sugestões. Do restante, quatro serão analisadas no próximo ciclo eleitoral e uma foi rejeitada. Essa proposta recusada foi a que mais rendeu polêmicas.
Isso porque, nesta sugestão, as Forças Armadas sugeriram que a entidade passasse a fazer uma verificação da contagem de votos de forma paralela, algo defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), mas rechaçado pelo TSE.
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