A tarde desta quarta-feira (08) estará voltada para o Supremo Tribunal Federal (STF). Isso porque, logo na abertura da sessão plenária da Corte, o presidente da instituição, o ministro Luiz Fux, responderá alguns pontos que são considerados inaceitáveis nos discursos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que atacou duramente o Supremo durante os atos da última terça-feira (07).
De acordo com o jornalista Gerson Camarote, da “Globo News”, o presidente do STF e também os outros ministros se reuniram logo após os ataques de Bolsonaro, que chamou Alexandre de Moraes de canalha e ainda disse que não respeitará mais as ordens do membro da Corte.
Nesse sentido, afirmou o jornalista, o discurso de Fux tratará de três tópicos específicos levantados por Bolsonaro durante o feriado de 7 de Setembro:
- As ameaças feitas ao próprio STF;
- O recado para que Fux enquadrasse o ministro Alexandre de Moraes;
- E o aviso de que ele vai descumprir decisão judicial.
Bolsonaro produzindo provas contra si
Apesar da resposta, que promete ser dura e direta, o entendimento no STF é que as respostas a Bolsonaro, de fato, serão dadas por vias judiciais. Isso porque, de acordo com os membros da Suprema Corte, o chefe do Executivo, com suas falas, acabou produzindo mais provas contra si mesmo.
Hoje, o presidente da república já é alvo de quatro inquéritos do STF e um no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Diálogo cada vez pior
Por fim, ainda segundo Gerson Camarote, o sentimento no STF é que, com as falas de Bolsonaro, provou-se que a tentativa de se estabelecer um diálogo institucional entre os poderes foi em vão e não deve, de fato, mais acontecer.
Essa falta de diálogo, inclusive, deve prejudicar o próprio governo, visto que o STF tem em mãos assuntos de interesse da gestão de Bolsonaro, como a solução para o pagamento dos precatórios para 2022. Sem a resolução do tema, dificilmente o Executivo conseguirá abrir espaço fiscal para que o Bolsa Família passe a oferecer um valor maior.
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