Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou nesta terça-feira (31) à Procuradoria-Geral da República (PGR), um pedido de investigação contra Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), que tem entre seus filiados o ex-chefe do Executivo Jair Bolsonaro, por uma suposta destruição de propostas de minutas de decreto do Estado de Defesa semelhantes à encontrada na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça.
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Na última sexta-feira (27), Valdemar Costa Neto deu uma entrevista afirmando que recebeu diversas propostas semelhantes à minuta do golpe encontrada na casa de Anderson Torres. “Aquela proposta que tinha na casa do ministro da Justiça, isso tinha na casa de todo mundo”, disse o presidente do PL ao jornal “O Globo”.
Ainda na entrevista, ele afirmou que “triturou” as minutas que, assim como publicou o Brasil123, tinham como objetivo instaurar um Estado de Defesa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para alterar o resultado das eleições vencidas pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Sendo assim, dê-se vista dos autos, pelo prazo regimental, ao Senhor Procurador-Geral da República, Augusto Aras, a quem cabe a formação da opinio delicti nos feitos criminais de competência desta Suprema Corte”, disse a ministra ao enviar a ação para a PGR – ela não é a relatora do caso, mas em razão do recesso forense, foi de sua responsabilidade o encaminhamento do documento no lugar do ministro Luiz Fux, o relator do caso.
Valdemar Costa Neto pode ser chamado a depor
Por conta das declarações, Valdemar da Costa Neto pode ser chamado pela Polícia Federal (PF) para prestar depoimento na investigação sobre a minuta de um decreto golpista encontrado na casa de Anderson Torres. A informação foi revelada por Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, durante entrevista ao canal “Globo News” na segunda (30).
Na ocasião, ele disse que qualquer pessoa com conhecimento do caso será chamada na condição de testemunha para conversar com os investigadores da corporação. “Provavelmente, mas eu não posso aqui cravar que isso acontecerá”, começou o integrante da PF durante a entrevista. “Provavelmente, ele e qualquer outra pessoa que tiver informação ou relação com os episódios investigados pode ser chamado a ser ouvido na condição de testemunha para poder ajudar a esclarecer os fatos”, completou.