Luiz Fux, ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou neste sábado (11) que, apesar de as decisões da Operação Lava Jato terem sido anuladas por “questões formais”, deve-se destacar que houve sim corrupção no Brasil.
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A declaração do ministro foi feita durante a participação dele em um evento em homenagem aos 75 anos do Tribunal de Contas do Pará. Na ocasião, sem ter citado nomes, o ministro usou como exemplo o caso do ex-ministro Geddel Vieira Lima.
O político foi condenado por lavagem de dinheiro e organização criminosa no caso do bunker com R$ 51 milhões encontrado em um apartamento em Salvador, na Bahia. Outro caso citado pelo presidente do STF foi o do dinheiro desviado pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco.
“Ninguém pode esquecer que ocorreu no Brasil, no mensalão, na Lava Jato. Muito embora tenha havido uma anulação formal, mas aqueles R$ 50 milhões das malas eram verdadeiros, não eram notas americanas falsificadas. O gerente que trabalhava na Petrobras devolveu 98 milhões de dólares e confessou efetivamente que tinha assim agido”, afirmou o ministro.
Em outro momento, ele ainda destacou que a corrupção tira dinheiro de escolas e da saúde e aumenta a renda privada às custas do bem público. “Às vezes falta uma percepção importantíssima porque cada ato de corrupção é um colégio que fica sem merenda para as crianças. Cada ato de corrupção é um hospital sem leito. Cada ato de corrupção é um lugar onde não há saneamento. E onde não há saneamento, não há saúde”, disse.
Por fim, ele explicou que é neste sentido que se constata a importância dos Tribunais de Contas, criados para impedir esses casos e garantir os atos “segundo os princípios constitucionais: moralidade no uso do dinheiro público, eficiência”.
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