O jornal “Folha de São Paulo” revelou nesta sexta-feira (10) que a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Rosa Weber, usou seu WhatsApp para cobrar o até então governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB) durante os atos criminosos em Brasília do dia 08 de janeiro.
Segundo o jornal, as mensagens foram extraídas pela Polícia Federal (PF) do celular de Ibaneis Rocha, que entregou o aparelho para a corporação no último dia 23 para que fosse possível realizar uma perícia no objeto.
Assim como publicou o Brasil123, no dia 08 de janeiro deste ano, apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – STF, Congresso Nacional e Palácio do Planalto. Na ocasião, a presidente do STF alertou o governador do Distrito Federal. “Já entraram no Congresso”, disse ela.
Segundo o relatório da PF, a ministra foi uma das primeiras pessoas a entrarem em contato com o governador do Distrito Federal, que afirmou na ocasião que havia colocado as forças de segurança para atuar. “Coloquei todas as forças de segurança nas ruas”, respondeu ele à ministra.
Durante a conversa, Rosa Weber justificou que entrou em contato direito com o governador por conta da ausência do então responsável pela segurança do DF, Anderson Torres, que estava nos Estados Unidos e foi preso preventivamente desde 14 de janeiro, ao retornar ao Brasil, acusado de omissão.
“O Secretário de Segurança do DF está de férias, por isso o contato direto com o senhor”, escreveu a presidente do STF. “Estamos cuidando”, respondeu Ibaneis Rocha, que ainda enviou à ministra o contato do delegado Fernando de Sousa Oliveira, que era secretário-executivo da Segurança do DF e “número 2” de Anderson Torres, dizendo que era ele a pessoa à frente da ação contra os atos criminosos.
Conforme a matéria da “Folha de S. Paulo”, a Polícia Federal também descobriu que, um dia antes, Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Senado, enviou uma mensagem ao governador do Distrito Federal para demonstrar sua preocupação por conta da checada de milhares de apoiadores radicais de Bolsonaro em Brasília.
“Estimado governador, boa noite! Polícia do Senado está um tanto apreensiva pelas notícias de mobilização e invasão ao Congresso. Pode nos ajudar nisso? Abraço fraterno”, disse o presidente do Senado.
Em resposta, o governador do Distrito Federal afirmou que as forças estavam mobilizadas e não haveria problema algum por conta da mobilização dos bolsonaristas. “Já estamos mobilizados. Não teremos problemas. Coloquei todas as forças nas ruas”, disse o gestor.
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