Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Senado, disse nesta quinta-feira (19) que o compromisso com a democracia e com o estado democrático de direito “não se faz sem o absoluto respeito ao Poder Judiciário”.
A declaração do senador, feita em meio a mais um momento de tensão institucional entre o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e o Poder Judiciário, aconteceu durante a participação dele em um evento organizado pelo Conselho da Justiça Federal (CJF).
“Sempre quero deixar claro o nosso compromisso com a democracia, com o estado de direito. E esse compromisso, definitivamente, não se faz sem o absoluto respeito ao Poder Judiciário, e é o que aqui eu gostaria de externar”, afirmou o senador.
Assim como publicou o Brasil123, na última terça-feira (17), Bolsonaro apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime contra Alexandre de Moraes, ministro da própria corte. No pedido, que acabou sendo rejeitado pelo ministro Dias Toffoli, Bolsonaro pedia que Alexandre de Moraes fosse investigado por ter supostamente cometido o crime de abuso de autoridade em um dos inquéritos que tem como alvo o presidente.
Por conta dessa rejeição, o chefe do Executivo ingressou com uma ação na Procuradoria Geral da República (PGR) que, até o momento, ainda não deu nenhum parecer sobre o tema.
Além da ação contra Alexandre de Moraes, Bolsonaro também polemizou no final do mês de abril. Na ocasião, o chefe do Executivo sugeriu que as Forças Armadas pedissem para que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedesse a autorização para que militares façam uma apuração paralela de votos durante as eleições deste ano.
O pedido foi negado. Na ocasião, o presidente do TSE, o ministro Edson Fachin, afirmou que quem cuida das eleições são as “forças desarmadas”, um trocadilho com as “Forças Armadas. O número um da Justiça Eleitoral ainda afirmou que “ninguém e nada interferirá na Justiça Eleitoral”.
De acordo com o jornalista da “TV Globo”, Gerson Camarotti, por conta dessas atitudes de Bolsonaro, Rodrigo Pacheco afirmou, em um encontro com parlamentares, que é preciso defender a democracia. Nesse sentido, o senador afirmou que não vai deixar o Supremo e nem o TSE “isolados”.
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