Agora que sabe que não poderá tentar sua reeleição por conta da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a menos de dois meses da eleição, tentará emplacar Rodrigo Pacheco como seu sucessor na casa. De acordo com as informações, líder do partido Democratas (DEM), Pacheco é advogado e está sendo apresentado por Alcolumbre como um nome “independente”, mas que não criará problemas para o Palácio do Planalto.
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Disputa pelo Senado envolve até a Câmara
Agora, Alcolumbre negocia para conseguir possíveis aliados à disputa ao Senado. Dessa forma, o presidente da casa tem negociado o comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante do Senado, para o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Hoje, o MDB tem a maior bancada do Senado, com 13 integrantes. No entanto, o partido está em crise e alguns integrantes pretendem herdar a vaga de Alcolumbre. Nos bastidores, no entanto, dirigentes do DEM tentam fazer com que o deputado Baleia Rossi (SP), presidente do partido, consiga fazer com que os senadores de seu partido desistissem da candidatura.
Nesse cenário, Rossi teria chance de ser o nome apoiado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na disputa pela casa. Hoje, o deputado Aguinaldo Ribeiro (Progressistas-PB) é o preferido de Maia para enfrentar o adversário Arthur Lira (Progressistas-AL), que lançou anteontem sua candidatura ao comando da Câmara, com aval do Palácio do Planalto.
Desde que Maia deu sinais de quem é o seu favorito, desagradou ao MDB e até mesmo ao DEM. Baleia Rossi sempre esperou contar com o respaldo de Maia, enquanto o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), que também espera o apoio de Maia, planejava até mesmo retirar a candidatura à presidência da Comissão Mista de Orçamento para concorrer.
Desafio de Maia
Maia terá pela frente o desafio de evitar a perda dos antigos aliados e ainda impedir que a oposição migre o apoio para Arthur Lira. “A preferência na escolha do nome nunca é pessoal. É sempre para quem consegue manter de pé um projeto para derrotar essa pressão, essa pata do governo dentro da Câmara dos Deputados”, disse Maia na última quarta-feira (09) durante entrevista.