Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), afirmou nesta segunda-feira (31) que a transição de governo começará com ou sem a colaboração do presidente Jair Bolsonaro (PL). Gleisi Hoffmann coordenou a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi eleito pela terceira vez presidente da República, no último domingo (30).
Lula só assume o Executivo no dia primeiro de janeiro do ano que vem, no entanto, por lei, a partir da próxima terça-feira (01), o novo governo pode criar um grupo para acompanhar e compreender o funcionamento dos órgãos e entidades da administração pública federal.
“Temos a transição estabelecido em lei. Essa lei nos dá guarida para fazer o desenrolar da transição, independente da participação do presidente ou quem quer que ele designe”, afirmou Gleisi Hoffmann em entrevista ao canal “Globo News”.
Até o momento, somente Hamilton Mourão (Republicanos), vice de Bolsonaro, se pronunciou sobre as eleições. De acordo com Gleisi Hoffmann, se Bolsonaro não quiser participar da transição, “ok”. “Mas nós temos instituições fortes, tanto que o parlamento está empenhado em fazer essa transição conosco”, afirmou ela.
“Nós vamos nos organizar internamente, montar a equipe, as pessoas, por áreas, por temas, que nós já estamos vendo. Se não houver contato até a finalização dessas 48 horas, nós vamos tentar um contato com a parte política do governo para saber como proceder”, completou a deputada, relatando que ainda não foi definido quem irá participar deste processo transitório.
“Como tem esse prazo [até terça], nós ainda estamos conversando aqui, internamente, sobre a designação da equipe de transição. Nós podemos indicar 50 pessoas, mais uma pessoa para coordenar essa equipe”, disse a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, que volta ao poder seis anos após a ex-chefe do Executivo Dilma Roussef (PT) ter sido destituída do cargo.
Ainda na entrevista, Gleisi Hoffmann pontuou que, além da transição, nos próximos dias, integrantes da aliança que ajudou Lula a ser eleito irão trabalhar para ampliar a articulação com partidos e parlamentares que são distantes do petista. Segundo ela, nesta terça-feira, será realizada uma reunião para organizar como essa articulação será feita.
Conforme a presidente do PT, o objetivo será garantir a aprovação de medidas classificadas como necessárias para o início do terceiro governo Lula, entre os quais a garantia de que o Auxílio Brasil será de R$ 600 em 2023 – o benefício neste valor vale somente até 31 de dezembro, visto que Bolsonaro enviou ao Congresso uma proposta para que o auxílio seja de R$ 400 no próximo ano.
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