O presidente do Partido Liberal (PL), que tem entre seus filiados o ex-chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL), rechaçou, nesta terça-feira (11), o rótulo de sigla de extrema-direita. De acordo com ele, o partido deve receber pelo menos 30 novos deputados na próxima janela partidária, sendo a tendência a de que esses parlamentares sejam mais voltados para a direita.
‘Não temos preocupação’, diz advogado de Bolsonaro ao confirmar novo depoimento à PF
“Não queremos [a extrema-direita] e nem o pessoal da direita pra valer vai querer. A extrema-direita no nosso entendimento é o Hitler. Eles são de direita e o partido vai caminhar nesse sentido, aumentando a nossa base com esse pessoal”, diz.
Ainda conforme ele, a tendência é de que cerca de 10 deputados também deixem o partido na janela. “Vamos aumentar em 20 deputados. Eles querem ficar ao lado do Bolsonaro e querem vir para cá”, começou. “O pessoal da direita vai estar unido sempre e, na hora que eles entenderem que têm que votar para senador e deputado federal em candidatos da direita, isso dá um mundo de votos”, completou Valdemar Costa Neto.
Divergências no PL
Ainda na entrevista, o presidente do PL negou que a legenda esteja dividida por conta da votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária. Conforme publicou o Brasil123, a briga interna ficou evidente depois do vazamento da troca de ofensas em um grupo de WhatsApp do partido entre deputados bolsonaristas e correligionários que votaram a favor da matéria, que foi defendida pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O PL não rachou”, disse Valdemar Costa Neto, que ainda relatou que, em sua visão, o “problema” é que o partido tem deputados de direita que “exageram”, pois, segundo ele, basta haver uma proposta defendida pela esquerda para eles se manifestarem contra.
“Nós temos dificuldades, esse pessoal da direita às vezes exagera um pouco, mas é o caminho que eles sempre tiveram na vida. Sempre tocaram a vida desse jeito”, disse ele, que relatou que apenas em relação às pautas conservadoras o partido já tem sua posição fechada. “Quando for matéria que se trata do conservadorismo, da defesa da liberdade, da família, contra as drogas, nós vamos ter os 99 deputados juntos, mas, quando for matéria que trata de arcabouço fiscal e reformas, vamos debater”, disse Valdemar Costa Neto.
Leia também: Deputados se acusam de corrupção em Grupo de WhatsApp do PL