Pedro Castillo, presidente do Peru, foi preso nesta quarta-feira (07) depois de ter tentado aplicar um golpe de Estado. O ato do chefe do Executivo peruano aconteceu horas antes dele enfrentar uma terceira tentativa de impeachment por parlamentares da oposição em 16 meses.
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Em um vídeo nas redes sociais antes de ser preso, Pedro Castillo, que é de esquerda, acusou o Congresso de usar de poderes para impedi-lo de governar. “Tomamos a decisão […] de dissolver temporariamente o Congresso da República e instaurar um governo de emergência excepcional”, afirmou ele no vídeo.
Devido à decretação do estado de exceção, o parlamento peruano convocou uma sessão de emergência para destituir o mandatário de forma permanente por “incapacidade moral”. Por conta da destituição, o Congresso do Peru convocou Dina Boluarte, vice-presidente, para assumir a presidência. Nas redes sociais, ela lamentou a atitude de Pedro Castillo.
“Repudio a decisão de Pedro Castillo de praticar a quebra da ordem constitucional com o fechamento do Congresso. Trata-se de um golpe de Estado, que agrava a crise política e institucional que a sociedade peruana terá que superar com apego estrito à lei”, escreveu ela no Twitter.
Hoje, Pedro Castillo é acusado de ser aliado de membros da polêmica organização Movadef, indicada pela polícia como braço político do grupo de guerrilha peruano. No ano passado, ele foi declarado presidente depois de uma apuração que levou dias. A vitória dele foi uma surpresa, visto que ele era um candidato desconhecido que acabou ganhando visibilidade nos debates.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que está acompanhando “com preocupação” a situação política interna do Peru. Nesse sentido, a pasta diz que as medidas adotadas por Pedro Castillo “representavam violação à vigência da democracia e do Estado de Direito”. Por fim, o governo do Brasil também afirmou que seguirá mantendo as relações de amizade e cooperação com Peru, desejando sorte à Dina Boluarte, que irá assumir a Presidência.
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