O presidente do PDT, Carlos Lupi, bancou o ex-governador do Ceará Ciro Gomes como pré-candidato da legenda à presidência da república em 2022. A declaração foi feita na manhã desta sexta-feira (05) e acontece após a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios.
Assim como publicou o Brasil123, Ciro Gomes se disse “frustrado” com o fato de que, dos 24 deputados do PDT, 15 votaram a favor da PEC dos Precatórios o que, de acordo com o ex-governador, é uma manobra do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) para gastar mais no ano da eleição.
Por conta deste fato, Ciro Gomes anunciou que suspendeu sua pré-candidatura. Todavia, na visão de Carlos Lupi, em entrevista à “Globo News”, essa decisão do ex-governador será passageira, pois o partido conseguirá reverter esses votos a favor da PEC.
“Estamos conversando com cada parlamentar, e tenho certeza de que, até terça-feira, vamos convencer se não todos, a esmagadora maioria”, declarou o presidente do partido, que ainda ressaltou que “a candidatura de Ciro Gomes não pertence a ele, pertence a uma instituição”.
“Ele teve uma bela votação na última eleição. É o único homem que apresenta um projeto desenvolvimentista para o Brasil. O que o Ciro fez, legitimamente, foi suspender suas atividades como candidato até o segundo turno, para dialogar, conversar com os deputados. Tenho certeza de que isso vai se arrumar e até terça-feira teremos uma mudança”, afirmou.
Por fim, o presidente do partido ainda se mostrou do lado de Ciro Gomes quanto a posição contrária à PEC dos Precatórios. Para ele, a proposta é “muito grave” para o Brasil, não somente “pelo evidente calote nos Precatórios, mas também porque dá um cheque em branco a um governo desqualificado”.
A posição de Ciro Gomes
Na visão de especialistas em política, a suspensão da pré-candidatura de Ciro Gomes pode ser entendida de duas formas. A primeira é que a decisão foi tomada a fim de pressionar os deputados do partido a retrocederem suas decisões de apoiar a PEC.
Já a segunda visão é que Ciro Gomes está preparando o terreno para, muito em breve, anunciar sua desistência em participar das eleições de 2022. Isso porque as pesquisas mostram que as intenções de votos para ele, neste momento, não indicam nenhum sinal de alta.
Tal fato acontece porque a terceira via, uma vertente que seria a única capaz de acabar com a polarização de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições, até hoje, não conseguiu se unir e, pelo contrário, está a cada dia que passa mais fragmentada.
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