O presidente do México, Andres Manuel Lopez Obrador, criticou, nesta quinta-feira (7), as empresas de rede social por “censura”. A declaração veio á tona depois que YouTube, Twitter e Facebook bloquearam as contas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante cenas de violência na invasão ao Capitólio, o Congresso americano, na última quarta-feira (6)
“Algo de que não gostei ontem nos negócios do Capitólio é que não gosto de censura”, disse Lopez Obrador em entrevista coletiva de imprensa. “Não gosto que ninguém seja censurado e que tenha o direito de mandar mensagem no Twitter ou no Facebook.” De acordo com a mídia local, o presidente mexicano não mencionou o nome de Trump.
Ele lamentou a perda de vidas e disse que sempre acreditou que os conflitos, sejam no México ou no exterior, devem ser resolvidos por meio do diálogo e de meios pacíficos. “Não vamos intervir nestes assuntos, que cabem aos americanos resolver, tratar. Essa é a nossa política”, afirmou Lopez Obrador.
Presidente do México na posse de Biden
Durante a entrevista, o presidente do México revelou que não recebeu um convite para a posse do presidente eleito americano, Joe Biden. Tradicionalmente, os líderes estrangeiros não são convidados para as inaugurações presidenciais dos EUA.
Assim como o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, o líder do México foi um dos últimos líderes mundiais a parabenizar Biden pela vitória. Na ocasião, ele disse que queria esperar que as contestações jurídicas à eleição dos Estados Unidos fossem resolvidas.
Não é primeira vez que o presidente mexicano demostra apoio a Donald Trump. Em dois anos de governo, ele fez apenas uma viagem ao exterior, quando visitou os Estados Unidos em julho e disse que Trump trata o México “com gentileza e respeito”.
A oposição de Lopez Obrador criticou a fala e acusou o presidente do México de ajudar na campanha de reeleição de Trump. Vale ressaltar que Trump protestou diversas vezes contra os imigrantes mexicanos durante seus quatro anos de governo. Ele já chamou os latinos de estupradores e traficantes de drogas, e prometeu construir um muro na fronteira sul dos EUA, além de ameaçar aplicar tarifas sobre todos os produtos mexicanos.