O Haiti vive uma crise política sem precedentes em sua história. Prova disso é que, na madrugada desta quarta-feira (07), Jovenel Moise, de 53 anos, presidente do país, foi morto em um ataque a tiros em sua casa, na capital Porto Príncipe.
O fato foi anunciado pelo primeiro-ministro interino do país, Claude Joseph, que disse que a primeira-dama, Martine Moise, de 47 anos, também foi morta. Ela levou um tiro, foi hospitalizada, mas não resistiu ao ferimento e faleceu horas depois.
De acordo com Claude Joseph, o assassinato de Moise foi um “ato odioso, desumano e bárbaro”. “Um grupo de indivíduos não identificados, alguns dos quais falavam em espanhol, atacou a residência privada do presidente da República e feriu mortalmente o chefe de Estado”, afirmou o político.
A declaração do primeiro-ministro interino do Haiti foi dada em um comunicado em que ele ainda pediu à população “que se acalme”, afirmando que “a situação da segurança no país está sob o controle da Polícia Nacional haitiana e das Forças Armadas do Haiti”. “Todas as medidas estão sendo tomadas para garantir a continuidade do Estado e proteger a nação”.
Crise política no Haiti
A crise política no Haiti começa bem antes da morte do presidente Jovenel Moise. Isso porque, no ano passado, o chefe do Executivo do país dissolveu o Parlamento e, desde então, governava por decreto, após o país não conseguir realizar eleições legislativas. Além disso, Lovenel Moise pretendia promover uma polêmica reforma constitucional.
Do outro lado, a oposição acusava o presidente de estar tentando aumentar seu poder. De acordo com as informações, Jovenel Moise pretendia ficar no cargo até 7 de fevereiro de 2022, em uma interpretação da Constituição não aceita pela oposição, que afirmava que ele deveria ter deixado o posto no dia 7 de fevereiro deste ano.
Tentativa de golpe e ataque
Em fevereiro deste ano, autoridades do Haiti afirmaram haver uma “tentativa de golpe” de Estado contra o presidente. Além disso, ele também teria sido alvo de um atentado, que foi malsucedido, diferentemente do registrado nesta quarta (07). Na ocasião, mais de 20 pessoas foram presas, incluindo importantes autoridades como um juiz federal do Tribunal de Cassação e a inspetora-geral da Polícia Nacional.
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