Marcelo Lopes da Ponte, presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), relatou na quarta-feira (20) a uma comissão interna da Controladoria-Geral da União (CGU) que presenciou “insinuações” do pastor Arilton Moura, suspeito de ter influência sobre o Ministério da Educação e pedir propinas para prefeitos.
Prefeitos voltam a dizer que pastor pedia propina para repassar verba do MEC
“Me ajuda que eu te ajudo”, teria dito o pastor ao presidente do FNDE segundo ele mesmo, que classificou o ato como uma “insinuação”. A declaração agora faz parte dos relatórios da Comissão de Instrução Preliminar, que foi instaurada pela CGU com o objetivo de apurar os supostos pedidos de propina.
Antes da fala de Marcelo Lopes da Ponte, a Comissão de Educação do Senado, havia ouvido prefeitos que afirmaram que os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos estavam atuando como intermediários entre o MEC e as prefeituras para a concessão de verbas do Ministério da Educação.
Assim como publicou o Brasil123, há denúncias de casos em que os pastores pediram ouro em troca da destinação de verba. A crise foi tanta que acabou provocando a saída ministro Milton Ribeiro, que comandava a pasta.
Em seu depoimento, Marcelo Lopes da Ponte afirmou que o pastor só fez insinuações, sem ter de fato feito uma proposta de propina. Ainda conforme ele, essas “insinuações” foram comunicadas tanto a Milton Ribeiro quanto ao secretário-executivo do ministério, Victor Godoy, que hoje é quem chefia a pasta.
“Disse que o Sr. Arilton se apresentou por meio do MEC; que o primeiro contato se deu em fevereiro de 2021, que a relação sempre foi burocrática e institucional; que as insinuações do sr. Arilton nunca trataram de números, mas sim de frases como ‘Me ajude que eu te ajudo'”, disse o presidente do FNDE.
Até o momento, apesar de ser o nome mais citado por todos que vão prestas suas declarações, o pastor Arilron Moura ainda não deu nenhuma declaração à Comissão. Ele inclusive foi convidado, mas não apareceu. No começo da semana, o Brasil123 mostrou que ele esteve ao menos 35 vezes no Palácio do Planalto.
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